Frase da vez
“Quem paga pela corrupção? Certamente são os pobres, os mártires da corrupção”
Dom Gílio Felício, que já foi bispo auxiliar da Arquidiocese de Salvador, hoje bispo de Bagé (1946)
Ver Sérgio Cabral de cabeça raspada com a roupa de presidiário sem dúvida foi uma imagem marcante. De saída, tirou o sono de muitos políticos. E também lavou a alma da população em geral e carioca no particular.
Nos seus bons tempos, quando fez as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), chegou a ser cotado como opção preferencial do PMDB para disputar a Presidência da República. Logo o helicóptero de Fernando Cavendish caiu em Trancoso, Porto Seguro, e as ligações espúrias dele vieram à tona.
Ou seja, o governante que parecia ser altamente comprometido com o interesse público era mais um disfarçado de bom moço.
Casas de luxo, joias caras, os melhores hotéis do mundo, vida de bilionário escancararam como raramente visto, mesmo num país de tantos corruptos, e derrubaram a máscara.
Ele entra para a história assim, como o santo do pau oco mais notório dos nossos tempos.
Lógico que há outros corruptos, com vertentes variadas. Uns dissimulam a ostentação, outros dizem servir “a um projeto” e por aí se vai, todos ladrões. Mas a prisão de Cabral nos deixa uma esperança: a de que da refrega da Lava Jato saia um novo Brasil.