Da esquerda para direita, Everaldo Anunciação (PT), Ronaldo Santos (PSOL) e Daniel Almeida (PCdoB)
Quem rebate a visão nebulosa do peemedebista sobre o futuro do PT é o presidente estadual da sigla, Everaldo Anunciação. “Não dá para alguém achar que ter ganho eleição em Conquista e Camaçari dá novo diagnóstico político para 2018. Há uma demonstração de aprovação do governo junto à população”, contrapõe o dirigente, que admite, no entanto, uma “diminuição” da sigla após o pleito de outubro. “Se a gente tiver um olhar fragmentado e pontual, pegando as eleições realizadas em 2012, é verdade, o PT diminuiu. Mas é preciso também uma análise conjuntural. Se você pegar o dado histórico, no ano 2000, partidos como DEM, PSDB e PMDB administravam em torno de 1 mil prefeituras, quando o PSDB estava no poder. Agora, eles estão voltando ao poder, tanto que o PSDB se recuperou no número de prefeituras. A gente tem que ter muito cuidado nas análises”, ponderou. Apontado como partido que pode ocupar o vácuo político deixado pelo PT, acossado por denúncias de corrupção e apeado do governo federal pelo processo de impeachment, o PSOL tem condições de preencher o vazio. Esta é a opinião do presidente estadual socialista, Ronaldo Santos. “O PSOL tem condições de crescer dentro da política e assumir o protagonismo entre os partidos de esquerda. Temos algumas sinalizações de militantes do PT que sinalizam rompimento com o PT e vinda para o PSOL, mas precisa se preparar política e internamente para receber essa militância”, declarou Santos, que comemora o que chama de “crescimento político” da sigla neste pleito. O presidente estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, afirma que a sigla, com crescimento no número de prefeituras sob seu comando nestas eleições, vai buscar maior protagonismo no campo político de esquerda. O partido, acostumado a viver sob a órbita do PT, deu demonstrações destas pretensões quando, neste ano, bancou a candidatura da deputada federal Alice Portugal à prefeitura de Salvador. “Todos os partidos existem para buscar o poder, criar condições de disputar o poder. Vamos sempre perseguir esse caminho. Nunca faremos isso isoladamente”, afirmou. O parlamentar também minimizou as declarações de líderes de partidos da direita que conclamam o espectro político de esquerda como o maior derrotado no pleito. “A direita não saiu tão vitoriosa quanto pretendem anunciar. A eleição desse ano reflete muito mais um desestímulo do leitor, falta de esperança com a política. Não comemoramos esse tipo de atitude manifestado pelo eleitor nas eleições”, rebateu Almeida, que também demonstrou preocupação com o discurso de aversão à política praticado por candidatos a prefeito, alguns vitoriosos, pelo Brasil. “Espero que a política retome o protagonismo, a importância da tomada de decisões na sociedade e que a esquerda recupere seu papel de propor políticas que melhorem a vida da sociedade”, disse.
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