ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu nesta terça-feira (13) a reabertura de escolas nas cidades com menores índices de casos da Covid-19. Em entrevista à Jovem Pan, ele também garantiu que trabalha normalmente para garantir a realização do ENEM em 2020 e fez as suas previsões para o fim da pandemia.
Segundo Weintraub, houve precipitação de muitos governadores e prefeitos, que se anteciparam ao ordenar o fechamento das escolas. “Houve descontrole, não houve serenidade”, disse o líder do MEC, que estima que vão morrer “muito menos de 40 mil brasileiros”. Em comparação, citou as mortes por acidentes com veículos e disse que a solução não seria proibir a circulação de carros e motocicletas.
“Provavelmente vai morrer muito menos de 40 mil brasileiros por causa do coronavírus, as pessoas que vão morrer são mais idosas”, argumenta Weintraub, endossando argumento repetido pelo presidente Jair Bolsonaro e motivo de divergências com o Ministério da Saúde.
Sem perder o tom ideológico do seu discurso, o ministro alegou que existem grupos financiados por políticos que tem o interesse no cancelamento do ENEM. Weintraub garantiu que o calendário está mantido e anunciou que tem mais de 2 milhões de inscritos. Novamente, minimizou o impacto do surto da Covid-10 e ressaltou as consequências econômicas das recomendações de isolamento social.
“Eu consigo prever o que vai acontecer. No segundo semestre, a imensa maioria dos brasileiros vai estar viva, com conta pra pagar, depois de uma crise monstruosa, com perspectivas futuras e o pessoal quer quebrar isso. Não é a primeira vez que querem impedir o Enem, quebrar a expectativa de 5 milhões de brasileiros […] as pessoas que dão dinheiro para falarem bem da agenda deles, tem muita gente que recebeu dinheiro de grupos organizados para defender uma agenda totalmente contrária aos interesses da nação brasileira”, acusou Weintraub, sem citar nomes.
O ministro assegurou ainda que o calendário escolar deve ser cumprindo, destacando a lei que desobriga o cumprimento dos 200 dias de aula. Ele reiterou o investimento da pasta para garantir a verba da merenda para estados e municípios e também listou a compra de materiais de higiene, desde o início da pandemia.