A titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia, Fabya Reis, rebateu nesta quarta-feira (28) as declarações do prefeito de Salvador, Bruno Reis, que acusou as gestões do PT de não investirem em políticas voltadas à reparação racial. Em nota enviada ao bahia.ba, Reis afirmou que “o gestor não tem a hombridade de reconhecer o pioneirismo do governo estadual neste campo e, além disso, desrespeita a luta do povo negro da Bahia”.
“O prefeito de Salvador, assessor do candidato ao governo estadual, falta com a verdade ao dizer que as gestões petistas não implementaram políticas para a população negra. A Bahia é o único estado que mantém uma secretaria voltada às pautas raciais, enquanto na esfera municipal o que se vê é um total esvaziamento. O governo do estado já investiu, através da Sepromi e demais pastas, um total de R$ 563 milhões em ações de combate ao racismo, infraestrutura, saúde e educação com recorte racial, inclusão e geração de renda para a população negra, os povos e comunidades tradicionais. A cota racial nos concursos públicos conta com reserva de 30%, o que será ampliado pelo próximo governador Jerônimo Rodrigues, tudo isso graças ao Estatuto da Igualdade Racial, sancionado em 2014″, ressaltou.
Ainda segundo Fabya, a lista das políticas executada pela Sepromi é extensa e Bruno Reis “poderia até copiar para replicar na sua gestão”: “Centro de Referência Nelson Mandela, Sistema de Promoção da Igualdade Racial, adesão pioneira à Década Internacional Afrodescendente, implantação da Coordenação Especializada de Repressão aos Crimes de Intolerância e Discriminação (Coercid), a única do Brasil, além de editais permanentes, projetos para as mulheres e juventudes negras, dentre tantas outras. São ações construídas em amplo diálogo com a sociedade civil, impulsionadas a partir das gestões de Lula e, na Bahia, mantidas pelos governadores Jaques Wagner e Rui Costa”, enumerou.
Para a secretária, as falas do prefeito “faltam com a verdade, revelam ignorância e despreparo para tratar do tema. Conta outra porque essa não cola! Deveria deixar de brincar com a memória do povo baiano, de desrespeitar as lutas e conquistas históricas do povo negro. Precisa saber, inclusive, da gravidade que é usurpar das cotas raciais nesta eleição, postura adotada pelo seu candidato, fato que virou piada nacional e demanda apuração rigorosa”, analisa Fabya Reis.