No verão, o banho de mar costuma ser um dos maiores atrativos da estação. No entanto, é preciso ter cuidado com relação às crianças. Neste período, no Hospital Sokids, localizado em Vilas do Atlântico e exclusivamente pediátrico, há uma mudança no perfil do atendimento dos pacientes. Casos de crianças com queimaduras envolvendo contato com água viva e caravelas passam a ser mais frequentes.
A diretora técnica do hospital, a pediatra Raquel Birne, alerta que é preciso estar atento para os riscos com acidentes envolvendo água viva e caravelas. “Temos atendido frequentemente crianças com esse quadro nas férias de verão, principalmente nos meses de dezembro e janeiro”, ressalta a médica.
“A mistura de férias, calor e praia é um verdadeiro atrativo para as crianças que, nesse período, aproveitam e ficam longos períodos dentro do mar e da piscina”, acrescenta. Raquel frisa que a caravela pode ser identificada facilmente à distância por sua bolha púrpura ou azulada que fica por cima da água. Já a água-viva é transparente e pode não ser percebida.
“Todas duas possuem tentáculos com conteúdo que podem causar queimaduras na pele nos acidentes mais leves e moderados e, em alguns casos, até quadros mais graves, com sintomas sistêmicos como febre, vômitos, alterações no ritmo cardíaco“, destaca Raquel.
A pediatra orienta que o ideal neste tipo de acidente é que a criança, após atendimento inicial no local, seja avaliada por profissional médico capacitado para este tipo de ocorrência. “Antes de chegar a um hospital, os pais devem utilizar compressas geladas envolvidas em um pano ou água do mar gelada se disponível. Em seguida, o local da lesão deve ser lavado com ácido acético a 5%, sem esfregar a região acometida, e, posteriormente, compressa do mesmo produto deve ser aplicada por cerca de 10 minutos, para evitar o aumento do envenenamento”, diz.
Ela conta que há um questionamento muito comum nos pacientes que chegam na emergência do Sokids. “Perguntam: ‘posso lavar com água doce?’. A resposta é sempre ‘Não’. A água doce pode piorar o quadro do envenenamento. Além disso, a remoção dos tentáculos aderidos à pele deve ser realizada de forma cuidadosa, preferencialmente com uso de pinça ou lâmina por profissional de saúde”, finaliza.