“O que podemos fazer para reduzir os casos de suicídios no Brasil? Como identificar pessoas em sofrimento? Como devemos tratar estes casos?”. Foi a partir dessas reflexões que a Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), realizou uma palestra com foco no assunto, nesta quinta-feira (26), com trabalhadores da Empresa de Águas e Saneamento (Embasa), em Lauro de Freitas.
A coordenadora da Visat, Aline Mendes, explicou que “o suicídio é complexo, não tem uma causa isolada. Ele é multifatorial e resulta de uma complexa interação de fatores biológicos, genéticos, psicológicos, sociais, culturais e ambientais. É um problema de saúde pública que requer nossa atenção e infelizmente a prevenção não é uma tarefa fácil. Carece da atuação de diversos setores da sociedade”, afirmou.
Segundo ela, falar sobre o assunto é muito importante, é mais uma forma de prevenção e não pode ser tratado como tabu. “O estigma em relação ao tema do suicídio impede a procura de ajuda. Da mesma forma, sabe-se que falar de forma responsável sobre o fenômeno do suicídio opera muito mais como um fator de prevenção do que como fator de risco”. Aline relatou também sobre a importância de procurar o setor de Recursos Humanos das empresas para relatar situações como essa. “É importante nunca desprezar os sinais”, alertou.
Para a funcionária da Embasa, Luciana Véras, é sempre relevante falar sobre o tema sem tabus ou preconceitos. “No ambiente de trabalho há sempre muito estresse e às vezes as pessoas adoecem por não falar sobre o que as oprime. Praticar a empatia, o toque, e fazer com que as pessoas percebam que devemos contar sempre umas com as outras é fundamental para reduzir ocorrências desta natureza”, opinou.
Como ajudar?
Para ajudar quem apresenta algum sinal de risco, deve-se procurar acompanhamento nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e nas Unidades Básicas de Saúde mais próxima da residência, Samu (192), UPA 24 ou Centro de Valorização à Vida- CVV (188).
Como perceber?
De acordo com Aline, os sinais podem ser percebidos por familiares, colegas de trabalho e amigos. “As pessoas vão sinalizando, comentam, não só se comportam, se isolam, mas também verbalizam ‘não querer mais viver’, ‘a vida está ruim’. Então, algumas coisas são indicativos e sinalizam. O comportamento das pessoas muda”, alertou a coordenadora.
Jornalista Giovanna Reyner
Foto Danilo Magalhães
ASCOM/PMLF
26/09/2019
Tel.: 3288 – 8371
www.laurodefreitas.ba.gov.br