O chefe de operaçãos da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, disse, em coletiva em Genebra nesta sexta-feira (21/8), que a Covid-19 no Brasil está com tendência de “estabilização” ou “queda” em algumas regiões. Embora os números de mortes ainda estejam elevados, Ryan declarou que a pressão sobre as UTIs seria menor daqui para frente.
“A situação no Brasil, de uma certa forma, se estabilizou em termos de número de infecções detectada por semana. Certamente as UTIs estão sob uma pressão menor do que estavam antes. Quando olhamos para as incidências pelas regiões, a taxa de transmissão foi reduzida e a aceleração dos casos se estabilizou”, afirmou. Ele ressaltou, porém, que em alguns pontos do país, a transmissão continuada ampliada e de forma proecupante.
Ryan ainda disse que o Brasil está em um período “difícil” e que exige uma “dedicada e forte” estratégia para diminuir os níveis de transmissão. “Há muito a fazer […] Mas o padrão está claro. A questão é se pode ser mantido numa tendência de queda nas próximas semanas”, esclareceu.
Ele ainda acrescentou que, um controle da pandemia no Brasil seria uma vitória para o mundo, já que o país contribuiu para os elevados números gerais. “Se países como o Brasil, EUA e Índia controlam a doença, contribuem para o mundo”, explicou Ryan.
CONTROLE MUNDIAL
Já o diretor geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, alertou para a volta no número de casos em países europeus, e admitiu que o isolamento social indefinido “não é solução a longo prazo para ninguém”.
Tedros disse que a esperança é que, com a vacina e ações globais, a pandemia seja freada em menos de dois anos. Com 22 milhões de casos registrados ao redor do mundo, a organização ressaltou que a maioria da população mundial continua sem imunidade ao vírus.
Ele também declarou que, apesar de a vacina ser “vital”, não existem garantias para que ela seja eficiente e que acabe, sozinha, com a pandemia. Tedros explicou que deverá haver um “ajuste” na vida em sociedade e que todos os governos “precisam estar envolvidos”