Para alguns desavisados, ou eficientes físicos não visuais, até mesmo os integrantes do movimento estático e uniforme, cuja única preposição é a crítica pela crítica, venho vos avisar:
A cultura de Lauro de Freitas é maior do que percebemos, em elevação artística e em relevância popular. Uma cultura pulsante!! Comecei a escrever este comunicado, no momento em que me deparei com o resultado dos selecionados par ao Fuzuê, logo liguei para o mestre Artêmio, me confirmando o feito, Grupo Bambolê, Cangaceiros de Ipitanga e Orquestra de Pandeiro, desfilarão dia 15 em Salvador. Datavenha que 03 espetáculos teatrais desta terra já foram indicados para o Prêmio Brasken Interior de Teatro e o Bankoma seja uma das maiores referências afro culturais do Estado. Daí me perguntei, imediatamente; O que é que Lauro de Freitas Tem? Qual Segredo das Pitangas sobre o Rio? Será milagre Santo Amaro?
Além das manifestações locais e espontâneas tais como os mascarados, festas e eventos artísticos como os 33 anos da Barraca da Gávea, que será comemorado amanhã (31), o aniversário do ator e poeta Vicente no dia 08, na Chácara da Poesia, Carnavillas, dia 15, temos também os eventos calendarizados e tradicionais, os quais são realizados pela parceria comunidade e gestão pública. São dezenas de manifestações que envolvem mais de 3.000 artistas, para uma plateia incontável de espectadores e populares, durante todo o ano.
Na largada de 2020, já tendo ocorrido os dois Ternos de Reis, Boi Janeiro e Estrela Dalva no início do ano, a Festa do Padroeiro, teremos os dias 01 e 02 de Fevereiro alargando o repertório de ações. Sábado, na praça da matriz, Concurso para Rei e Rainha do Carnaval, deflagradamente, muito bem organizado, com o dobro de candidatos do ano passado, mais democrático, sem falar nas peças publicitárias, que estão uma maravilha. Valorizando de fato, os/as candidatas/os participantes. Tudo será ao ar livre, prometendo muito ser uma bela e efusiva noite. Não perderei. Meu camarote será no bar de Zé do Goró, e em Cigana no segundo tempo. Há quem diga que é o verdadeiro dia de abertura do Carnaval, pois a porta é a mesma, ainda que a chave mude. Em seguida, com força igual a uma pegada de mamute, o Pré Carnaval da Itinga, onde diversas bandas locais, (artistas trabalhando) fará a festa para uma multidão (comunidade se divertindo e comerciantes faturando) nas ruas do circuito. Enfim, o carnaval ipitanguense, sem temer a concorrência do “vizinho maior do mundo”, manteve-se em mesma data como “o melhor de tudo”. Associação Carnavalesca de Lauro de Freitas, através de seus blocos associados agitará os foliões e foliãs. Novidade, 03 novos componentes, pelo que me disseram. Bom, aumentando ainda mais a trepidação sonora no circuito Sivú Resistência, resplandecendo a inevitável alegria de um povo sofrido e guerreiro. Já se sabe até, que o concurso de máscaras teve reforçada sua comissão organizadora, no intuito de manter a tradição e ao mesmo tempo a renovação de máscaras que serão confeccionadas a mão, e pelas mãos da sua própria gente. O Bailinho Infantil e o Carnaval de Bairros como sempre expandindo em distância e em idade a festa da alegria.
Pelo segundo ano consecutivo, o Circuito Alternativo Dona Badinha, saindo do beco do Jiqui, recheado de blocos de chão, mixando gerações multiculturais em puro artismo e encanto: puxado pela matriarca, tem circo, samba de roda, saltadores, baianas, charangas, maculêlê, capoeira, puxada de rede, teatro, bonecos, bandas de músicas, mandus, pierrot e colombinas, palhaços, folguedos, brincantes, varanda elétrica, micro trios, programação 100% inclusiva, com músicas dos velhos carnavais, um circuito voltado para crianças, jovens, adultos, idosos e pessoas com deficiência. Não há como negar, nesses 03 anos que passaram, gerou uma sociedade tácita: entre gestão pública, agentes culturais, comerciantes e comunidade; um quase inesperado salto quântico, em meio às mudanças drásticas, economia desvalida e fenômenos naturais, em nível de mundo.
Admito que alguns degraus, valorosos, foram vencidos, sem ao menos esquecer, da infinita e dolorosa subida ao top o da montanha. Sem puxar o rasga saco, pra não espalhar os brinquedos e causar euforia fora de hora, a galinha gorda manda avisar, ainda temos quase um ano pela frente, uma corrida com obstáculos, por se tratar do pleito eleitoral. Convoco a todos que permaneçam na labuta da trincheira e da ofensiva cultural, a arte de guerrilha, ou até mesmo a não autoral. A química está dando certo, pelo menos pra alguns setores da cultura de popular. Com alguns ajustes e diálogos dialéticos, chegaremos ao ponto de termos livros e mais livros lançados, autores revelados, uma biblioteca em plena atividade, e um museu estabelecido, até para que possamos entrar em searas, como por exemplo, a discussão acerca do nome da nossa cidade.
Fiquemos de prontidão, pela frente estão vindo, o Festival Turístico de Lauro de Freitas, FESTUR. O qual teve um hiato, sem ter ocorrido no ano passado, mas está de volta, isso é o que importa, foi um verdadeiro sucesso na sua primeira edição e não será diferente agora. Em falar em retorno, o Vida Rock Nova, festival de rock, com uma nova roupagem em seu formato, homenageando Raul Seixas, pra o nosso delírio. O Marco do Teatro, o Arena Circo Teatro Show, NUPAF, e o aniversário do professor Joilson, que já se tornou uma festa de largo.
Quero lembrar que enquanto você está lendo, o CEU (praça da cidadania ou PEC 3000) tá “bombando”, com a Colônia de Férias, uma coisa extraordinária, no pouso alegre.
Abraço a todos e até o próximo encontro!
Texto: Cunha Neto.