Mais de cem assistidos do Centro de Atenção Psicossocial II Eduardo Alves de Araújo (CAPS 2) participaram, na manhã desta sexta-feira (20), do Sarau de Natal com as apresentações de poesias, músicas e artesanatos confeccionados pelos frequentadores do equipamento. O evento trouxe à unidade a presença de familiares e amigos dos usuários e marcou o encerramento do ano com uma exposição dos materiais confeccionados durante as terapias.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Saúde Mental, setor que faz parte da rede de Atenção Especializada da Secretaria Municipal de Saúde (Sesa), Graziela Borges, o equipamento recebe semanalmente cerca de 400 pessoas que são acompanhadas por psicólogos, terapeutas ocupacionais, arteterapeutas, psiquiatras, equipes de enfermagem e dispensação de medicamentos.
“Esse é o momento em que eles apresentam as peças que foram feitas aqui durante todo o ano. É um tempo de relaxamento e de interação para trazer o foco às coisas leves e prazerosas da vida”, explicou.
Entre canções e poemas, a assistida Cátia Maria, de 37 anos, relatou emocionada sua história de superação. A estudante de gastronomia conta que chegou à unidade pesando apenas 38 quilos e com episódios frequentes de alucinações, vultos, surtos psicóticos e pensamentos suicidas. “O CAPS me deu vida, era o que eu não tinha naquele momento. Eu só precisava de pessoas que me acolhessem e me escutassem e foi o que encontrei aqui”, disse. Hoje a moradora de Itinga, após três anos de tratamento, vem ao equipamento para as terapias em grupo e é fonte de inspiração para os que conhecem sua história.
A unidade é referência no acompanhamento de pessoas com sofrimento psíquico. O CAPS 2 acolhe pessoas a partir dos 18 anos e oferece práticas multiprofissionais especializadas no tratamento e reinserção social de pessoas com transtornos graves e persistentes. O equipamento oferece atendimentos individuais, em grupo, oficinas, visitas domiciliares e dispensação de medicamentos.
Cantando forte a música “É preciso saber viver”, de Roberto Carlos, a assistida Rosilene de Jesus, moradora de Itinga, disse que vem a unidade todos os dias na semana. “Eu me sinto bem aqui. Me sinto leve, me sinto em paz. Participo de tudo e já aprendi muita coisa aqui também”, falou. Para a dona de casa, Rose Santos, tia de um assistido, o local tem dado resignificado à família. “Antes a gente tinha pensamento atrasado de internar e agora percebemos que socialização, aliada a terapias, medicamentos e amor é o melhor remédio”, relatou.
Jornalista Giovanna Reyner
Foto Gabriel Almeida / Edgard Copque
ASCOM/PMLF
20/12/2019
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