A pressão por uma mulher negra no Supremo Tribunal Federal (STF) ultrapassa fronteiras. Conforme a coluna Painel, na Folha de S. Paulo, ao desembarcar na Índia, nesta sexta-feira (8), para reunião do G20, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se deparar com outdoors que pedem a indicação de uma ministra negra e progressista em substituição a Rosa Weber, que se aposenta em setembro.
Em inglês, e instalados na saída do aeroporto de Nova Délhi, os manifestos trazem as frases: “em 132 anos, o Brasil nunca teve uma mulher negra no STF”, “presidente Lula, contamos com você para indicar uma mulher negra para o STF” e “os votos de mulheres e negros foram essenciais para a eleição de Lula em 2022”.
Segundo a coluna, a ação foi idealizada por um grupo de entidades, incluindo a ONG Nossas, Coalizão Negra por Direitos, Instituto de Defesa da População Negra (IDPN), Instituto Marielle Franco e o movimento Mulheres Negras Decidem.
“A gente acha importante que esse apelo chegue no contexto do G20, já que se espera que o presidente vá abordar a questão da desigualdade, da fome, do clima. Tudo isso tem a ver com um posicionamento mais consistente sobre o enfrentamento das injustiças no Brasil, e a gente sabe que o STF tem um papel decisivo nessas questões”, diz a ex-deputada Áurea Carolina, diretora-executiva do Nossas.
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“A gente espera que o presidente Lula acerte ao corrigir o problema histórico, que é o fato de o STF nunca ter tido uma mulher negra como ministra, e também dê um sinal de que além de convidar pessoas negras e indígenas para subir a rampa do Planalto, ele quer que essas pessoas também estejam nos espaços de poder, tomando as decisões mais relevantes do país”, acrescentou.