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A força-tarefa da Lava Jato em Curitiba obrigou a empreiteira Odebrecht a entregar e decifrar aos procuradores da operação arquivos e códigos do banco de dados que armazena a memória eletrônica do Setor de Operações Estruturadas da empresa. De acordo com o Estadão, no servidor retido na Suíça estão os ordenamentos de repasses a políticos, o controle de contas secretas em nome de offshores, pedidos de propinas para agentes públicos, planilhas com balanço de fluxo financeiro semanal e outras provas de crimes cometidos no Brasil e fora dele. A determinação consta do acordo de leniência firmado pela empresa com a Lava Jato. “Prestar à Força Tarefa Lava Jato em Curitiba todas as informações que as empresas de seu grupo econômico dispuserem ou puderem obter para esclarecer os dados encontráveis em sistemas eletrônicos e base de dados eletrônicos, cuja custódia, após a homologação deste Acordo pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba, será entregue ao Ministério Público Federal”, diz um dos subitens da cláusula 6ª do acordo. Para ter validade, entretanto, o documento ainda precisa ser homologado pelo juiz federal Sérgio Moro. A Odebrecht se comprometeu a entregar para a força-tarefa da Lava Jato e para demais membros do Ministério Público que venham a aderir ao acordo, por crimes que transcendam o esquema Petrobrás, “documentos, provas, dados de corroboração, sistemas eletrônicos e de informática (como inclusive todos os dados do Sistema Drousys disponíveis à Colaboradora e às empresas de seu grupo econômico), base de dados, entrevistas documentadas e depoimentos prestados pelos Prepostos”. O Drousys era a rede de comunicação interna utilizada pelos funcionários do chamado “departamento da propina” da Odebrecht. Com sistema de comunicação fechado e servidor mantido na Suíça, era uma garantia de comunicação segura e secreta usada pela empresa.