O ex-presidente da aliança Renault-Nissan Carlos Ghosn, que fugiu do Japão onde estava em prisão domiciliar, tinha dois passaportes franceses, incluindo um que sempre levava em uma mala trancada. Nascido no Brasil, ele também tem cidadania libanesa e francesa. A informação é do portal G1.
Ghosn é alvo de quatro acusações de crimes financeiros e em prisão provisória sob fiança desde abril de 2019, vivia com certa liberdade de movimento no Japão, mas sob condições estritas.
De acordo com a Reuters, o empresário teria conseguido escapar do país com a ajuda de uma empresa privada de segurança. Ele seguiu para Beirute, no Líbano, após uma escala em Istambul, na Turquia.
Como o voo que o levou para o Líbano teve uma escala em Istambul, as autoridades turcas lançaram uma investigação sobre a fuga do empresário. A rede japonesa NHK afirmou que várias pessoas foram presas.
Passaportes
Confirmando as informações do canal público japonês NHK, a fonte próxima ao caso entrevistada pela AFP indicou que os advogados do executivo conservavam três passaportes (um francês, um libanês e um brasileiro), mas que Ghosn tinha dois passaportes franceses – condição imposta pela justiça desde que ele foi colocado em prisão domiciliar.
Uma autorização excepcional do tribunal permitia que ele ficasse com um dos dois documentos franceses, trancado em uma mala que estava em sua posse. A chave, no entanto, ficava com seus advogados.
O documento servia como visto de curta duração no arquipélago e ele precisava utilizá-lo em seus deslocamentos internos.