Quem mora em Lauro de Freitas ou alguma vez passou por aqui, certamente já parou debaixo do frondoso pé de Oiti para matar o tempo à espera de alguém ou seguiu caminho referenciado pela sua localização. A árvore frutífera, símbolo e referência histórica do município completa este ano um século de existência, e seu esplendor e representatividade foram lembrados na noite desta terça-feira (19), através de uma roda de conversa com a presença de antigos moradores da época em que a cidade ainda se chamava Santo Amaro de Ipitanga.
O encontro aconteceu no Centro Comunitário da Paróquia. Os idosos, relembraram os famosos “causos” da mocidade e as festas tradicionais ao redor do Oitizeiro. “Eu lembro que nós brincávamos ao pé dessa árvore. Os mais velhos faziam churrasco de boi, porco e carneiro nos tempos das festas e tudo embalado por muito samba, tinha até mulher que tocava pandeiro! As roupas eram feitas especialmente para estes encontros e a gente guardava a mesma roupa para a procissão de Santo Amaro”, declarou dona Antônia da Luz.
Seu Rui Franco lembrou do Baile do Catari. “Era uma festa grandiosa que a gente fazia no Pé de Oiti. Nós fechávamos tudo em volta da árvore com folhas de palmeiras e fazíamos a festa com o dinheiro que arrecadávamos após pedir de porta em porta”, lembrou sendo completado por dona Hilda Santos. “Eu era muito pequena e minha mãe não me deixava ir, eu morria de vontade de ir. Minhas irmãs mais velhas iam à festa no Pé do Oiti, mas com hora marcada para voltar”, contou.
Além dos antigos moradores, a noite teve a participação dos alunos do 6º ano da Escola Municipal Ana Lúcia Magalhães. Os estudantes fizeram um vídeo contando um pouco da história da árvore. Além do documentário, que foi apresentado no telão, as crianças recitaram poesias compostas especialmente para o Oitizeiro. “Foi muito divertido fazer esse vídeo, foi uma aula ao ar livre. Estou muito feliz em conhecer mais da minha cidade”, falou a estudante, Maria Clara de 11 anos.
O professor da escola Ana Lúcia Magalhães, Antônio Cláudio Sampaio, conta que a proposta da roda, além de ser pedagógica, visa reviver e manter acesa a história da cidade. Para a coordenadora de projetos especiais para a Cidade Educadora da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Idaci Ferreira, falar da história é solidificar a identidade do povo. “Temos uma modernidade com tanta avalanche digital que se não resgatamos isso ficamos sem saber quem somos nós! Esse momento é importante para os mais novos conhecerem sua história e territorialidade”, disse.
Em breve a Semed vai lançar o edital para a participação de estudantes de toda rede municipal de ensino no Projeto Educação Patrimonial. A iniciativa terá culminância no sexagésimo aniversário de Lauro de Freitas que será comemorado no dia 31 de julho. De acordo com Idaci, os alunos serão estimulados a irem a campo pesquisar e criar documentários com detalhes históricos ainda não falados sobre a cidade, como por exemplo, a origem dos nomes das ruas e entrevistas com antigos moradores de cada região da cidade.
Jornalista: Giovanna Reyner
Foto: Lucas Lins
20/04/2022
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