Em depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) como parte de acordo de delação premiada, o ex-ajudante de ordens da Presidência da República, Mauro Cid, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deu ordem para fraudes em certificados de vacina contra a Covid-19.
Conforme apuração de Aguirre Talento, no UOL, três fontes que acompanharam o acordo de colaboração confirmaram que o tenente-coronel admitiu a participação na falsificação dos cartões de vacina inseridos no sistema do Ministério de Saúde e implicou diretamente o ex-presidente no esquema.
Advogado de Bolsonaro, Fábio Wajngarten negou a acusação. “Eu garanto que o presidente nunca pediu nem pra ele, nem para a filha dele. Até porque o mundo inteiro conhece a posição dele sobre as vacinas, e o visto dele, como presidente da República, não necessitava de comprovante de vacina. A filha menor de idade também não tinha necessidade, razão pela qual não fez qualquer pedido ao tenente-coronel Mauro Cid sobre os certificados”, afirmou.
Apesar das alegações da defesa, Mauro Cid disse à PF que recebeu ordens do ex-presidente para confeccionar os comprovantes falsos em nome dele e da filha mais nova, Laura. O tenente-coronel relatou ainda que providenciou os documentos por meio de aliados e que, após imprimi-los, entregou os cartões em mãos ao próprio Bolsonaro.
Segundo o UOL, a PF já tinha provas suficientes sobre o esquema, mas buscava identificar a participação do ex-chefe do Executivo no caso. Na delação, Cid confirmou aos investigadores fatos já identificados anteriormente, a exemplo da inserção dos dados falsos de vacina de Bolsonaro e Laura por funcionários da Prefeitura de Duque de Caxias no sistema do Ministério da Saúde em 21 de dezembro de 2022.