31 de março é o dia da memória.
Antes de tudo, precisamos lembrar os nossos mártires que morreram em defesa da democracia e do povo brasileiro.
A classe trabalhadora é forjada de lutas. E a História nos mostra que nenhuma derrota é definitiva. Desde que sirva de lição e acúmulo de forças para novas batalhas.
Ainda muito jovem, como estudante universitário, lutei na resistência à ditadura militar, foram tempos difíceis. Enfrentamos as forças do atraso pra que o país pudesse voltar à normalidade. Na Universidade Federal da Paraíba, ajudei a comandar a primeira greve, 11 anos depois de instalado o golpe militar de 1964. Neste período conheci Margarida Alves, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, que se consagrou como grande líder dos canavieiros paraibanos.
A jornada foi longa, em 1980, na cidade de Guarabira – cidade próxima a Areia, onde estudei e lutei assim como em Alagoa Grande – Participei junto com Lula, Manuel da Conceição, Margarida Alves e outros valorosos companheiros, de um ato pra prestarmos solidariedade a Irmã ISABEL, italiana que por ter se solidarizado com o padre Vítor Miracapillo; também italiano, que foi banido do Brasil por ter se negado a rezar uma missa na cidade de Ribeirão, Pernambuco, em comemoração a independência do Brasil.
Foram tempos difíceis, mas vencemos. E não esquecemos.
Mesmo depois de 56 anos é preciso dizer: O Golpe de 64 orquestrou o calabouço que aprisionou vozes, matou sonhos e censurou o novo mundo que nascia livre. A fratura exposta causada pela Ditadura Civil-Militar ainda hoje sangra. Neste período infeliz em que os militares diziam não existir corrupção na época, e que o país vivia o milagre econômico, na verdade, não passa de propaganda fascista.
A corrupção era generalizada e o dito milagre econômico aumentou drasticamente a dívida pública, privilégios e a concentração de renda no Brasil. Eles são pais legítimos de toda injustiça social reinante no país.
É incalculável o prejuízo da Ditadura Civil-Militar, sobretudo humano. Sim, a perda de seres humanos é irrecuperável. Os porões da Ditadura ceifaram nossas melhores mentes, traumatizaram tantas outras, deixaram famílias órfãs.
Ditaduras são feitas para destruir o sublime. Juventude, cultura e arte resistiram porque é impossível se derrotar o que está destinado a vencer.
A ditadura provocou câncer maligno nas instituições brasileiras. Podemos sentir o peso dos seus tentáculos até os dias atuais. Os militares enraizaram no poder a burguesia mais mesquinha e ególatra que se tem notícia no globo terrestre.
Quanto tempo se leva para libertarmos a liberdade? Aquela imprensa marrom mudou a cor, mas o tom da prosa manipuladora é o mesmo. 1964 é avô do Golpe na Dilma. 64 é patrão do Bolsonaro.
Por isso, lutamos! Não esquecemos jamais. Este grito eternamente preso, também não cala: #DitaduraNuncaMais.
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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