Todos as 10 crianças foram encaminhados para uma casa de acolhimento na cidade de Lauro de Freitas, pois no município onde elas foram encontradas não há local para elas ficarem.
Dez crianças com idades entre um e 12 anos foram encontradas abandonadas em uma casa no bairro Phoc II, em Camaçari, na região metropolitana de Salvador. Conforme o Conselho Tutelar da cidade, não havia nenhum responsável adulto com as crianças e elas ainda estavam em situação vulnerável, com pouca comida, sujas e sem roupas.
Os menores foram encontrados na última sexta-feira (14), mas os pais das crianças só foram localizados na segunda-feira (17). Segundo o Conselho Tutelar, o casal tem 16 filhos, cinco deles não moram mais com os pais, e um já possui 18 anos.
Os pais das crianças negaram ao Conselho Tutelar que haviam abandonado os filhos. Eles disseram que foram à uma cidade vizinha, Conceição do Jacuípe, a cerca de 64 km de Camaçari, à procura de outro imóvel para morar.
Um dos conselheiros que esteve na casa, Adailton Souza, relatou que a polícia chegou ao imóvel após ser acionada por populares que viram fumaça saindo da casa onde as crianças estavam. A mãe das crianças contou que os menores estavam sob responsabilidade de uma das suas filhas, de 15 anos, mas a adolescente não estava no imóvel quando a PM chegou ao local.
“As crianças estavam sem roupas e sujas de carvão, porque o gás havia acabado e elas estavam tentando fazer fogo para cozinhar arroz. Além do arroz, só tinha um pedaço de mortadela e um pouco de leite em pó que eles estavam dando para a criança menor, de um ano”, relatou Souza.
Os pais dos meninos foram encaminhados para a delegacia da cidade, entretanto a mulher foi liberada após ser ouvida porque estava amamentando. Com ela, estava o filho mais novo do casal, que nasceu há 20 dias, e ainda segundo o avô, a mãe das crianças está esperando mais um filho.
Adailton faz um apelo também para as clínicas, Secretaria de Saúde ou o Hospital Geral de Camaçari (HGC), para que o pai seja submetido a uma vasectomia e a mãe a uma laqueadura, a fim de evitar novos filhos.
O Conselho informou que o juiz já emitiu uma medida protetiva, mas o destino das crianças ainda não foi definido. Os avós maternos das crianças foram acionados, mas informaram que não poderiam ficar com as crianças.
Fonte: G1 BA