O Twitter anunciou nesta segunda-feira, 17, que o Brasil passa a fazer parte da lista de países que recebem o recurso para denúncia de desinformação, ainda em fases de testes. Além do Brasil, o experimento, que já é realizado em outros países desde 2021, será expandido para Espanha e Filipinas. o recurso já está disponível para os usuários.
No anúncio, o Twitter afirmou que o “fato de 2022 ser ano de eleições no Brasil e nas Filipinas, assim como de meio de mandato nos Estados Unidos, contribuirá para a avaliação de como esta ferramenta de denúncias seria usada em períodos de grandes eventos cívicos”.
A medida acontece em meio a diversas críticas de usuários brasileiros quanto a permissividade do Twitter com contas que promovem desinformação e poder ser perigosas, como no caso de mentiras sobre a pandemia de Covid-19 e as vacinas contra a doença. Na última semana, posts do pastor Silas Malafaia, que chamou a vacinação das crianças de “infanticídio” foram apagados após pressão dos usuários.
A pressão também fez com que rede aplicasse sanções a outros perfis apontados como disseminadores de fake news.
No entanto, de acordo com o Twitter, apesar do pedidos dos usuários em disponibilizar o recurso, ele tem sido pouco efetivo nos testes. Isso porque, menos de 10% da amostra de postagens analisada correspondia a violações das políticas. “A baixa proporção de violação entre as denúncias de desinformação é motivada principalmente pelo grande volume de denúncias recebidas sobre Tweets cujos assuntos não são relacionados àqueles em que agimos de acordo com nossas políticas”, apontou em nota.
O Twitter ainda informou que “mais de 50% do conteúdo que viola nossas regras é identificado por sistemas automatizados, e a maior parcela do restante é identificada a partir do monitoramento contínuo de nossas equipes internas ou do nosso trabalho com parceiros externos de confiança”.
Desde o lançamento deste teste, o Twitter recebeu 3,73 milhões de denúncias referentes a 1,95 milhão de diferentes tweets publicados por 64 mil contas distintas. A rede vê o ponto positivo do recurso, já que com ele, as pessoas preferem usar o mecanismo de denúncia em vez de interagir com um tweet enganoso via retweets ou respostas, o que aumenta o engajamento.