Cerca de 20% dos pacientes confirmados com coronavírus em São Paulo estão internados em estado grave na UTI, segundo o secretário da Saúde de São Paulo, José Henrique Germann. Esse cálculo só leva em conta os casos computados pelo Ministério da Saúde. De acordo com o último balanço divulgado na terça-feira (17), há 164 casos confirmados da doença no estado.
Dos pacientes que hoje estão confirmados, nós temos alguns pacientes graves internados em UTI, na nossa rede e na rede privada. Isto está em torno de 20%, aproximadamente. Isso está dentro do esperado pelo número de pacientes positivos que temos no estado”, disse Germann em entrevista coletiva nesta quarta-feira (18).
Pelo menos 20 pacientes graves do novo coronavírus estão internados apenas nas UTIs de três redes de hospitais de particulares da capital procurados pelo G1. O dado leva em consideração somente pacientes cujo exame laboratorial já deu resultado positivo para o novo coronavírus.
São cerca de 30 pacientes graves no estado, segundo estimativa da Coordenadoria de Controle de Doenças (CCD) da Secretaria de Estado da Saúde, anunciada pelo coordenador do CDC, Paulo Menezes na terça-feira (17).
“De forma geral, se nós temos 160 casos confirmados no estado, 80% são leves e 20% são pessoas que precisaram ser internadas e, dessas, uns quatro, representando 5% do total, são casos mais graves. Então, de 160 a gente tem cerca de 30 [casos graves] no estado”, disse Menezes.
Os porta-vozes do governo afirmam que, oficialmente, não é possível acompanhar o estado de saúde dos pacientes do coronavírus atendidos pela rede particular. “O hospital não comunica ao Estado a gravidade do doente. A comunicação é feita e obrigatória quando se sabe o agente causal. Essa é uma relação entre um hospital e um laboratório privado. É uma relação de privados”, disse David Uip, coordenador do centro de contingência contra o coronavírus em São Paulo.
Gestores de hospitais privados afirmam que o sistema usado para notificar casos é instável e fica offline diversas vezes ao dia. Nesta terça-feira (18), Menezes, chefe do CDC da secretaria da Saúde, disse em coletiva de imprensa que o sistema utilizado para as notificações tem mais de 10 anos.