Foto: José Cruz / Agência Brasil
O ex-governador e ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner considera a possibilidade de se candidatar ao Senado Federal nas eleições de 2018. Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, publicada nesta segunda-feira (17), o petista destacou que tentaria um cargo no Congresso Nacional “para ajudar algum candidato”. “Muitos companheiros acham que o meu lugar é disputando um lugar no Senado em 2018. É possível, para fortalecer e ajudar na eleição de Rui [Costa, atual governador da Bahia], mas a política é tão dinâmica que você querer saber em que ponto vai estar em 2018 é precipitado. Mas esse cenário de ser candidato ao Senado, a um cargo político para ajudar algum candidato, é o que eu diria que está mais claro”, explicou Wagner. O ex-ministro de Dilma Rousseff, por outro lado, descartou qualquer chance de ser presidente do PT nacional, já que “o PT já tem um presidente”, em referência a Luiz Inácio Lula da Silva. Sobre o ex-presidente da República, Wagner foi todo elogios e defendeu a atuação do petista na “diplomacia comercial”, que explorou mercados da África, América Latina, Índia e China, e atualmente é alvo de três denúncias na Operação Lava Jato. “Desconheço sinais externos de riqueza do presidente Lula para dizer que ele se beneficiou. Eu conheço a família, os filhos. Ele mora no mesmo apartamento que morava antes de ser presidente. (…) Esse homem deveria receber uma medalha de pacificador. Ele, ao contrário do que se imaginava, pacificou. Ele não é da luta de classes, não é da esquerda tradicional. O Lula é um cristão da justiça social humanitária, um exemplo de superação”, enumerou Wagner. Sobre a atual situação do país após o impeachment da ex-presidente Dilma, o petista observou que o Brasil ainda “não colheu nada”, apesar da valorização do real – neste caso, o que é positivo apenas para quem importa, não para quem exporta. Wagner disse também que não tem visto crescimento e que “estamos vivendo de ‘vai dar certo'”, embora tenha dito que não esteja torcendo para dar errado. “Por enquanto, o governo está se lastreando na credibilidade do novo ministro da Fazenda [Henrique Meirelles], que é uma pessoa que tem credibilidade interna e externa”, acrescentou. Wagner disse ainda que muitas pautas propostas pelo governo Dilma estão sendo votadas agora, depois de ser impedida por causa do impeachment. “(…) Não dá para desconhecer que a gente tinha um marginal comandando o processo. Estou falando isso pois tinha um diálogo claro com ele nesse processo”, declarou, em referência ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a quem chamou de “traficante de influências”.