Ciclismo: Mais do que um esporte, uma filosofia de vida. Por Tássio Cardoso.
No dia nacional do ciclista faz-se necessário promovermos uma reflexão profunda sobre esta prática esportiva e sociocultural, pois mais do que um esporte, o ciclismo é uma filosofia que transforma vidas. Sua prática constante, além de contribuir com a mobilidade urbana (redução dos engarrafamentos) e a sustentabilidade do planeta, traz muitos benefícios para o praticante, tais como: promove o emagrecimento, melhora a resistência muscular, desenvolve o bem-estar, reduz o colesterol, regula a pressão arterial, elimina toxinas no corpo, contribui com o rejuvenescimento, melhora a vida sexual e, por fim, diminui os riscos de ansiedade e depressão.
Não precisa ser especialista no tema para afirmar que o ciclismo é um grande fenômeno da contemporaneidade, basta transitar pelas ruas da primeira capital do Brasil, Salvador, ou na primeira cidade da Costa dos Coqueiros, Lauro de Freitas, sobretudo nos primeiros horários dos dias, para observar a quantidade de grupos de ciclismo dando vida, cor e movimento a paisagem urbana. Se o ciclismo se tornou uma prática social em ascensão antes mesmo do contexto pandêmico, o isolamento social e a demanda de esportes em ambientes abertos e naturais consagraram o ciclismo como um fenômeno social da contemporaneidade sem precedentes, sendo, ao mesmo tempo, pela sua própria gênese e dinâmica, esporte, lazer e cultura.
Dentro do vasto universo do ciclismo, observamos uma prática inovadora que é o Cicloturismo de Base Comunitária (CTBC), derivada da minha tese de doutorado, esta noção refere-se a um movimento cultural que busca integrar rotas ciclísticas com feiras de economia solidária, saraus comunitários, ocupação cultural de ruas e praças, bem como ações no campo da educação ambiental e patrimonial. Assim, é uma prática que une o lazer e a mobilidade, sendo a bicicleta uma companheira de viagem que permite uma interação ímpar entre o viajante, a paisagem e a cultura do lugar. Neste prisma, há uma filosofia prática de valorização da cultural local e preservação da natureza, ocasionando, desta forma, uma melhoria na qualidade de vida não apenas do ciclista, mas da comunidade. Aqui na Bahia, o Cicloturismo de Base Comunitária é realizado, comumente, pelo Pedal Zen e outros grupos parceiros como Tony Bike, Canela Seca, Mural, dentre outros. Portanto, diante de tantos benefícios pessoais e sociais que tal procurar logo uma magrela para colocar sua vida em movimento…?!
Tássio S. Cardoso (Historiador, Doutorando em Educação (UNEB) e Ciclista, Coordenador do Pedal Zen e idealizador do Cicloturismo de Base Comunitária.