Bolsonaro teve a benção da burguesia pra instaurar o seu fascismo distópico, mas se mostrou um cão raivoso incontrolável, indiscreto, segundo os padrões “classe A+”: “A mão que afaga é a mesma que apedreja”, diria Augusto do Anjos nesta relação dos diabos. Na realidade, a burguesia usou e abusou do miliciano e agora engata um novo caso com o fascista de toga suja.
É impressionante a capacidade da burguesia de tentar transformar uns cabra do naipe de Collor, Aécio Neves, Bolsonaro e Moro em salvadores da pátria -tudo, menos trabalhadores no poder-, vociferam os mais apaixonados. No caso de Sérgio Moro, recorro ao poeta de Itabira, através dos versos do poema resíduo: “fica um pouco de teu queixo no queixo de tua filha”. O juiz suspeito é um pouco de tudo de ruim que a necropolítica brasileira escarnou.
Eis que com queixo de concreto, o juiz marreco se apresenta como a salvação do país, o paladino anticorrupção. Logo ele que segundo representante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia, a juíza do trabalho Raquel Braga, o ex-ministro de Bolsonaro, “incorreu em abuso de autoridade, improbidade administrativa, prevaricação e formação de quadrilha”. ‘Argumento de petista’, diria os morezetis.
Vejam o que afirma Gaspard Estrada, diretor-executivo do Observatório Político da América Latina e do Caribe (Opalc) da universidade Sciences Po de Paris, em artigo publicado no jornal norte-americano The New York Times: “A “lava jato” se vendia como a maior operação anticorrupção do mundo, mas se transformou no maior escândalo judicial da história brasileira”. De forma esmagadora, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou Sérgio Moro como juiz suspeito, anulou todas as condenações de Lula em que o juiz de toga suja teve interferência.
A Vaza Jato liderada pelo Intercept Brasil e demais veículos de comunicação provaram ao mundo quem é Sérgio Moro, o juiz que tramou em conluio com integrantes da “força-tarefa” do MPF-PR, crimes impensáveis contra Lula e as instituições brasileiras. Causaram prejuízos irrecuperáveis à democracia e economia do Brasil.
De acordo com a economista Rosa Maria Marques, professora de economia da PUC-SP, a “operação lava-jato” gerou prejuízos bilionários ao país: “importantes setores da economia nacional, principalmente da indústria petrolífera e da sua cadeia de fornecedores, como a construção civil, a metal-mecânica, a indústria naval, a engenharia pesada, além do programa nuclear brasileiro. Apenas em seu primeiro ano, estima-se que a Lava Jato retirou cerca de R$ 142,6 bilhões da economia brasileira.”
Depois de toda essa ficha corrida do juiz suspeito e de ter sido peça chave pra chegada de Bolsonaro à presidência -como prêmio foi nomeado Superministro da Justiça-, a burguesia e a sua imprensa comercial, sem a menor cerimônia, dão o beijo bandido e anunciam Sérgio Moro como o candidato/herói da nação que eles mesmos destruíram. Drummond, com a sua sabedoria de itabirano diria: “fica sempre um pouco de tudo. Às vezes um botão. Às vezes um rato”. Derrotaremos o candidato resíduo, chega de fascismo!
Josias Gomes – Deputado Federal do PT/Bahia licenciado e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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