O candidato à reeleição à Presidência dos Estados Unidos, o republicano Donald Trump, declarou vitória na disputa contra o candidato democrata ao cargo, Joe Biden, na madrugada desta quarta-feira (4) e avisou que vai à Suprema Corte do país para interromper a contagem dos votos.
A campanha de Biden, por sua vez, já prometeu uma reação caso a disputa vá parar na Justiça e disse ter advogados de prontidão.
Trump afirmou, na Casa Branca, que “esta é uma fraude contra o povo americano […]. Ganhamos estas eleições. […] Iremos à Suprema Corte. Queremos que pare todo o processo de votação. Não queremos que eles encontrem cédulas às 4 horas da manhã e as acrescentem ao desastre”, explicou.
“Milhões e milhões de pessoas votaram em nós nesta noite, e um grupo muito triste de pessoas está tentando tirar o direito de voto desse grupo, e nós não vamos tolerar”, complementou.
A gerente de campanha de Biden, Jen O’Maley Dillon, em comunicado, reagiu às declarações de Trump: “Se o presidente cumprir sua ameaça de ir ao tribunal para tentar impedir a tabulação apropriada dos votos, nós temos equipes jurídicas de prontidão e preparadas para serem enviadas e resistirem a esses esforços”.
“A declaração esta noite do presidente, tentando parar a contagem dos votos propriamente ditos, foi ultrajante, sem precedentes e incorreta”, completou Jen O’Malley Dillon. Ela acrescentou que se trata de uma “tentativa flagrante de retirar os direitos democráticos dos cidadãos americanos”, algo que “nunca” foi feito por um presidente dos Estados Unidos, e prometeu que isso “não vai acontecer”.
No momento da declaração de Trump, ele havia conquistado 213 dos 270 delegados do Colégio Eleitoral que são necessários para um candidato vencer o pleito – nos EUA, a votação não é direta e é decidida por esses delegados, cujo número varia de acordo com cada estado em disputa. No mesmo instante, Biden estava com 224.
Os estados de Pensilvânia, Michigan e Wisconsin, três dos mais importantes dessa eleição, advertiram que precisariam de mais horas e até mesmo dias para contar todos os votos, devido em parte ao aumento do volume de votações por correio na esteira da pandemia do novo coronavírus.