Brasileiros gostariam, em média, de trabalhar 2,3 dias em casa na reabertura após a pandemia, mas, também em média, seus empregadores pretende adotar apenas 0,8 dia de home office. É o que diz um estudo realizado pelo Working from Home Around the World (Trabalhando em casa ao redor do mundo), feito por seis pesquisadores, entre eles o professor do Departamento de Economia da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, Nicholas Bloom.
O Brasil (ao lado do Egito) é o país em que a distância é maior entre o que os trabalhadores desejam e o que as empresas estão dispostas a ofertar em dias fora do escritório. Em média, as pessoas estão trabalhando hoje 1,5 dia em casa (sendo 1,7 no Brasil). Os países asiáticos concentram os maiores e menores indicadores: na Índia, esse patamar chega a 2,6 dias e é mais baixo na Coreia do Sul (0,5 dia).
Ao jornal Folha de S. Paulo, Bloom afirma que os estudos mostram que em diferentes países esses funcionários trabalham de forma mais produtiva em casa, são mais felizes e têm menos vontade de deixar a empresa.
“Empregadores estão adotando o home office não por serem obrigados, mas por isso gerar lucro. O melhor impulsionador do trabalho remoto é o fato de melhorar os resultados financeiros da empresa.”
Ele diz que as companhias nos Estados Unidos e na Europa tendem a ser mais abertas ao trabalho em casa. “Na América do Sul, ainda estão um pouco atrás. Um fator é a cultura, outro é a estrutura de moradia —é preciso ter espaço físico, principalmente para um casal poder trabalhar em casa.”