No boletim epidemiológico divulgado neste domingo (19) pelo Ministério da Saúde, o governo reconheceu que a atual capacidade de testes no Brasil é “insuficiente para o controle da epidemia”.
Segundo o documento, “o Brasil tem capacidade aproximadamente 2 a 3 mil exames diários no país, notadamente insuficiente para o controle da epidemia em um país com a população acima de 200 milhões de habitantes, com dificuldades logísticas e de acesso.”
De acordo com o boletim, isso ocorre porque apenas 10% dos laboratórios designados até o momento para processar os testes têm “métodos automatizados para a extração do material genético e demais etapas de processamento da metodologia de RT-qPCR”.
“Além disso, cabe ressaltar que, devido a essas dificuldades, o grande tempo decorrido entre a coleta da amostra, processamento e liberação do resultado implica na perda da oportunidade de isolamento e, consequentemente, no aumento do número de comunicantes e prováveis novos infectados por caso confirmado”, diz o Ministério da Saúde.
Para aumentar a capacidade de testes para o coronavírus, o Ministério da Saúde diz que quer usar laboratórios de genética forense da Polícia Civil nos estados, estruturas da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e de novos hospitais ligados ao Ministério da Defesa.
Também poderão fazer parte da estratégia de ampliação dos testes a formação de parcerias público-privadas e a utilização de equipamentos da rede de testes para HIV, hepatite e tuberculose, que estão em todos os Estados.
O governo já comprou milhões de testes, mas ainda não recebeu, já que o insumo está escasso em um momento em que todos os países tentam aumentar a capacidade de testagem. De acordo com o boletim, o Ministério da Saúde distribuiu dois milhões de testes rápidos, com previsão de que mais sete milhões sejam distribuídos até o fim de maio.
Segundo o boletim, com a maior oferta de testes, a recomendação é que idosos, portadores de condições de riscos como cardiopatias graves, asma e diabetes e gestantes de alto risco tenham prioridade nos exames, e, em seguida, a população economicamente ativa, pessoas de 15 a 59 anos.