Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Após declaração de Fábio Medina Osório, recém-exonerado da Advocacia-Geral da União (AGU) afirmar que o governo quer abafar a Operação Lava Jato, o presidente Michel Temer afirmou, em entrevista publicada neste domingo (11) pelo jornal O Globo, que “jamais” interferirá nas investigações. “Jamais o Executivo vai interferir nessa matéria. Cada Poder exerce o seu papel e seria um absurdo do Poder Executivo. Primeiro, impossível, inadmissível imaginar que o presidente da República possa chamar alguém do Supremo e dizer “decidam assim ou assado”. Não existe isso no Brasil. Eu jamais faria isso. Sou muito consciente dos termos da Constituição. Não tem a menor possibilidade de interferência do Executivo, nem a favor, nem contra”, declarou. Temer também comentou a escolha da substituta de Osório, Grace Maria Mendonça, primeira mulher de seu ministério. O peemedebista revelou que o fato de ser uma mulher pesou na seleção, porque “ajuda nessa história do gênero” – desde que assumiu interinamente, ele vem sofrendo críticas por não ter presença de mulheres em sua equipe ministerial. “Ela (Grace), por delegação, já vinha há muito tempo fazendo um papel junto ao Supremo. E é muito enaltecida pelo Supremo, enaltecida pela classe jurídica. De modo que ela foi escolhida com muita naturalidade, ela seria a substituta, primeiro ponto. Segundo ponto, em face de sua competência. E terceiro ponto, é claro que, sendo mulher, ajuda nessa história do gênero”, disse, após ter afirmado que não errou na composição de seu ministério. “Não, não errei. Acho que no processo natural, ao longo do governo, muitas mulheres poderão vir, no ministério ou em cargos não ministeriais”.