O Centro Pan-Americano de Judô, obra do Governo Federal em parceria com o Estado da Bahia, construído e inaugurado em julho de 14 na cidade de Lauro de Freitas, região metropolitana, pode perder o status de excelência latino-americana. Isso porque, segundo relatório da CGU, Controladoria Geral da União, o espaço é sub-utilizado e as instalações não atendem as primícias previstas no projeto original. O relatório questiona inclusive a falta de um estudo mais minucioso quanto ao local em que o equipamento foi construído. Segundo CGU, a elevada quantidade de salitre vai causar um desgaste acelerado das estruturas metálicas, o que implica diretamente no custo de manutenção.
Mas, além do relatório da CGU, pesa também sobre o Centro, a falta de um diálogo com a comunidade local. O Coordenador do Coletivo de Entidades Negras, CEN, em Lauro de Freitas crítica o projeto e defende que as instalações têm que está à disposição da comunidade. Segundo Ricardo Andrade, foi um terrível erro, construir um equipamento desse porte e não garantir as devidas contrapartidas com os moradores. “Parece até que foi uma obra trazida de Marte […], os moradores da Vila Praiana, Lagoa da Base não poderiam ter sido tratados dessa forma. Muitos meninos ali na comunidade tem o desejo de praticar judô, o Centro Pan-Americano fica no quintal de suas casas, mas mesmo assim, eles não podem usufruir de algo que foi construído com o dinheiro público”. Afirma.
Lício Caldas, praticante de jiu jitso, diz que o Centro é um elefante branco e que se o projeto não for repensado, terá o mesmo destino do Centro de Convenções em Salvador, que precisou ser desmontado.
Lula Maciel, vereador na época, participou das negociações para a construção do Centro. Lula afirma que houveram sim as contrapartidas sociais. Segundo ele tanto a piscina olímpica quanto a quadra da escola Dois de julho são frutos desse acordo firmado, ainda na gestão de Moema. Para Lula faltou postura do governo atual que não teve habilidade administrativa para finalizar as obras e entregar a comunidade.
Enquanto a política se ajusta, cabe apenas a Leonardo, vizinho do Centro, passar olhar a estrutura e continuar sonhado com a possibilidade de um dia poder usufruir de suas instalações e quem sabe se tornar um grande atleta do judô.
Por: Ricardo Andrade