O Terreiro Axé Orumilá localizado em Paripe deu grande passo no combate à intolerância religiosa e valorização da cultura negra. Foi criada na manhã dessa quarta-feira (1) , a Associação Religiosa Beneficente Axé Orumilá Unido pela Fé, cujo principal objetivo é buscar valorizar, conservar e venerar o culto afro-brasileiro, bem como estimular a convivência com a comunidade através de ações sociais e culturais. A instituição também busca encampar ações contra intolerância religiosa, pratica cujos os índices tem crescido vertiginosamente no país.
O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, esteve na fundação da associação e pontuou a importância da criação de entidades semelhantes. “É um prazer estar aqui por algumas coisas que considero fundamentais. A primeira delas é que estamos vivendo um momento de intolerância religiosa e temos que começar a trabalhar com essa lógica de crime religioso e vocês que vivem nas comunidades periféricas veem isso mais fortemente. Manter todo essa estrutura aqui é um movimento de resistência. Através da formalização, como uma entidade, é possível reagir contra intolerância e, ao mesmo tempo, se afirmar para ajudar e se aproximar da comunidade. Nosso governo defende a livre demonstração religiosa. Não podemos ter vergonha de manifestar nossas origens, raça e religiosidade”, afirmou Martins.
Segundo dados da Secretaria dos Direitos Humanos (SDH), vinculada ao Ministério da Justiça, entre janeiro e setembro de 2016 (dado mais recente disponível), foram registradas 300 denúncias de intolerância religiosa, pelo Disque 100. Na comparação com o mesmo período do ano passado, que teve 146 denúncias, foi registrado um aumento de 105%.