Apesar da onda de esperança dos brasileiros com a grande renovação no Congresso, o que vimos foi mais do mesmo, porém, com rostos diferentes. A tão falada “nova política” ficou apenas nos discursos, desde o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), aos parlamentares.
Mesmo retirando do poder diversos políticos antigos, as práticas permaneceram e os brasileiros assistiram mais uma vez a classe política aumentar os seus privilégios. Enquanto isso, a maioria dos “velhos políticos” vão atuando nos bastidores e em seus redutos eleitorais para montar a plataforma perfeita para o seu retorno ao poder.
Um desses políticos é o ex-presidente do Senado Eunício de Oliveira (MDB-CE), que acabou ficando em terceiro lugar na disputa de 2018 e assim perdeu sua cadeira na Casa. Apesar de perder o mandato, Eunício passou a opinar nas decisões e distribuições de verbas parlamentares do seu partido no estado.
Eunício queria mesmo era assumir a presidência nacional do MDB, mas após a derrotas nas urnas, acabou perdendo a vaga para o deputado Baleia Rossi (MDB-SP), afilhado político do ex-presidente Michel Temer. Isso fez com que ele focasse no seu retorno ao Congresso em 2022.
As articulações políticas parecem, na verdade, um grande balcão de negócios. Nas eleições municipais do ano passado, por exemplo, Eunício investiu do próprio bolso cerca de R$ 200 mil para bancar candidaturas de aliados em todo o Ceará. De acordo com emedebistas que são ligados ao ex-senador, a intenção era garantir a eleição de vereadores em cidades estratégicas para montar uma plataforma de apoio para a sua candidatura a deputado federal na próxima eleição.
Romero Jucá
O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR) foi outro grande político que ficou sem uma cadeira em Brasília. Com isso, o político aproveitou a experiência e a relação com outros políticos e apostou em uma empresa própria de consultoria e atua como lobista de empresas privadas na capital federal, tendo como clientes, empresas da indústria, do comércio e bancos.
O interesse do emedebista é retornar ao Senado e lançar sua ex-esposa e aliada política Teresa Surita para uma cadeira na Câmara dos Deputados. Para isso, trabalhou bastante nas articulações para eleger políticos nas eleições municipais e formar as suas alianças. Um desses casos foi a eleição do seu correligionário Arthur Henrique para a prefeitura de Boa Vista, capital de Roraima.
Edison Lobão
Outro ex-senador que também atua nos bastidores da política é Edison Lobão. Porém, o objetivo é manter o seu clão político no estado. Aliado da família Sarney, o ex-parlamentar quer eleger o seu filho, que também se chama Edison Lobão, para uma cadeira no Senado.
Lobão Filho assumiu o comando do diretório do PSL no Maranhão no segundo semestre do ano passado. A ideia do pai é juntar o PSL e MDB em um projeto para eleger Filho ao Senado e um aliado para o governo do Maranhão.
*Com informações do jornal Gazeta do Povo.