ONG alerta que, além do tempo, pais e responsáveis devem estar atentos para a qualidade das interações online de seus filhos
A SaferNet participou na última terça-feira (11), na sede do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, em Brasília, do lançamento do “Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais”, que traz recomendações baseadas em evidências científicas para ajudar famílias, educadores, gestores e toda a sociedade a tomar decisões sobre o tema, e serve de base às políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção do Governo Federal.
O guia foi elaborado por meio de um trabalho conjunto que envolveu sete ministérios do Governo Federal e 18 especialistas de diferentes instituições, incluindo a SaferNet Brasil, que participou ativamente do processo como representante da sociedade civil.
O presidente da SaferNet, Thiago Tavares, que esteve no lançamento, ressaltou a importância do amplo diálogo intersetorial para discutir temas sensíveis e construir consensos. “O guia é um documento dinâmico que será constantemente revisado e atualizado para refletir as rápidas mudanças no ecossistema digital”, afirmou.
O que você vai encontrar no Guia?
✔ Impactos das telas na saúde
✔ Direitos digitais de crianças e adolescentes
✔ Bem-estar digital
✔ Como lidar com riscos e danos, como cyberbullying, desinformação e abuso online
✔ Oportunidades para educação digital e midiática
✔ Recomendações para um ambiente digital mais seguro
Acesse o guia na íntegra aqui.
Discussão sobre telas deve ir além do tempo de uso
A SaferNet participou de um debate realizado durante o lançamento do guia. Na ocasião, a diretora de projetos especiais da SaferNet, Juliana Cunha, ressaltou que na questão do uso das telas tão importante quanto o tempo é preciso analisar a qualidade das interações e experiências online das criança e dos adolescentes.
“A gente precisa considerar os diferentes tipos de uso. Você tem um uso que é muito passivo, você tem um uso que é mais ativo, você tem um uso que é interativo, um que é mais criativo de produzir coisas e também o tipo de conteúdo. Então, você tem um conteúdo de baixa qualidade, como por exemplo um conteúdo pesadamente comercial, e a questão do conteúdo potencialmente danoso, (como) automutilação, de maltrato contra animais, de violência gráfica. Então, não interessa só o tempo de tela porque você pode ser exposto a um conteúdo desse, de um minuto, e ele produzir muito mais danos se você usasse um jogo educativo por uma hora”, afirmou.
Juliana ressaltou também que nem todas as crianças e adolescentes são impactadas pelo uso de telas da mesma maneira. O impacto muda conforme a raça, classe social e gênero da criança.
“A gente sabe que as violências, especialmente o compartilhamento não consensual de imagens íntimas, são conteúdos cujo alvo principal são meninas e mulheres. Precisamos de estratégias que considerem essas diferenças. Que considerem essa diversidade”, afirmou.
Veja a fala completa de Juliana aqui, a partir de 4´48.
Sobre a SaferNet
A Safernet existe desde 2005 e tornou-se a ONG brasileira de referência na promoção dos direitos humanos na internet. Com uma abordagem multissetorial, atua no combate a crimes cibernéticos contra os Direitos Humanos, no acolhimento de vítimas de violência online e em programas de educação, prevenção e conscientização. A Safernet mantém a Central Nacional de Denúncias, conveniada ao Ministério Público Federal e o Canal de Ajuda, o Helpline, para vítimas de violência e outros problemas online. A Safernet promove o uso seguro da internet com projetos educacionais como a Disciplina de Cidadania Digital.
Texto publicado em 12/03/2025
Safernet Brasil
Marcelo Oliveira
Assessor de Imprensa
(11) 98100-9521

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