O governador da Bahia, Rui Costa (PT), subiu o tom, nesta terça-feira (12), ao criticar o seu principal adversário político no estado, o ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil). As declarações foram dadas pelo petista durante assinatura de convênios para a execução de obras nas áreas de saúde, educação, esporte e desenvolvimento em municípios baianos.
Questionado pela imprensa sobre falas recentes com críticas contudentes aos líderes da oposição, Rui respondeu que a postura seria uma “demonstração de firmeza” e associou os adversários ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
“As pessoas não se dão conta que o Brasil mudou. Apesar deles serem aliados do Bolsonaro e terem vergonha de se assumir como tal, o comportamento do cotidiano é o mesmo do presidente. Então eu fico perplexo. Nós estamos em 2022 e repetem o mesmo padrão de comportamento do presidente da República ou do passado da Bahia, de ficar ameaçando prefeito, dizendo que se eleito fosse, anularia os convênios”, declarou.
O cabra quer ser eleito e já começa ameaçando, intimidando, tentando humilhar prefeitos e prefeitas. Não sei em que mundo essas pessoas acham que estão […] Porque ele tem sobrenome de oligarquia, acha e continua insistindo que acha que é dono da Bahia”, disparou o governador.
As “ameaças” invocadas por Rui Costa são uma referência a um episódio ocorrido, segundo o chefe do Executivo estadual, durante uma inauguração da prefeitura de Camaçari, comandada por Elinaldo Araújo (União Brasil), aliado de ACM Neto.
Eu fiquei perplexo porque eu soube aqui – eu recebi uma pessoa recentemente, final de semana – que teve uma inauguração em Camaçari e o prefeito, coitado, tomou um esporro. A obra era municipal e quem se considera dono da Bahia não deixou o prefeito de Camaçari falar numa obra municipal. Eu não acreditei. Confesso que quando o cara me falou, eu disse não acredito, não acredito que um prefeito de uma cidade grande como Camaçari, que não precisa tá baixando a cabeça, se humilhando pra ninguém, tenha recebido um esporro de alguém que hoje não é nada. É um ex. Um ex-prefeito. Receba esporro e seja proibido de falar na cidade dele na inauguração de uma obra municipal. É de causar perplexidade”, afirmou.
Metrô x BRT
Durante a fala, Rui fez uma comparação entre as duas principais obras de mobilidade dos últimos anos em Salvador: o metrô, de responsabilidade do seu governo, e o BRT, cujas obras são tocadas pela prefeitura.
“Aqui tem gestor, aqui nós fizemos o metrô em três anos. Então eu não preciso de oito anos pra tentar fazer um BRT, que é um transporte velho, antigo, arcaico e depois de oito anos eu não consigo concluir e, talvez, [com] mais quatro também não consiga”, alfinetou.