Chefe do Executivo da Bahia, estado que aparece como o mais violento do país no Atlas da Violência 2017, o governador Rui Costa acusou novamente outras unidades da Federação de “mascarar” dados, por meio da categoria “crimes a investigar”, que seriam, de acordo com o petista, casos com “características físicas” de assassinatos mas sem confirmação.
“Os nossos números são verdadeiros, porque nós publicamos integralmente. O que não posso comparar é com as outras cidades. Vários estados, alguns grandes, usam elementos de registro diferentes do que nós fazemos. Por exemplo, tem um estado brasileiro que, em 2013, registrou 4 mil homicídios e 3,2 mil crimes a investigar. Daria 7 mil homicídios, e ele só contabilizou 4 mil. Essa é uma manipulação grosseira que acontece no Brasil”, declarou Rui, após reunião do programa Pacto Pela Vida, em Lauro de Freitas, município apontado no Atlas da Violência como o segundo mais violento do país.
Outras três cidades baianas aparecem entre as dez mais violentas do Brasil: Simões Filho, Teixeira de Freitas e Porto Seguro. O levantamento é realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com informações colhidas entre os anos de 2005 e 2015.
Segundo o governador, a base de dados para as comparações entre estados em relação à segurança pública “é muito distorcida”, por falta de uma padronização do Ministério da Justiça.
“Não há um normativo que oriente e obrigue os estados a padronizar o registro da violência”, afirmou. O Atlas da Violência aponta ainda que, das 30 cidades mais violentas do Brasil, nove estão na Bahia.
A julgar por recentes declarações do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), o debate sobre segurança pública promete dar o tom em uma possível disputa entre o democrata e Rui na eleição de 2018.