Governador Rui Costa fará o anúncio às 16h, no Hotel Matiz
Com o anúncio dos integrantes da chapa com que concorrerá à reeleição previsto para logo mais às 16 hs, no Hotel Matiz, em Salvador, o governador Rui Costa (PT) deve pôr fim a uma expectativa com que toda a base governista e mesmo a oposição vem convivendo há tempo suficiente para que se produza toda a sorte de especulações, a despeito de já se saber, desde que pelo menos começaram as articulações para a sua montagem, o nome de todos eles. Este é o motivo para que se questione também o motivo de o anúncio ter sido adiado tantas vezes, o que Rui pode, se quiser, esclarecer no evento de hoje.
De concreto, não há sequer uma novidade na escolha dos candidatos nem das principais posições que deverão ocupar ao lado do governador. O ex-governador Jaques Wagner, segundo nome do PT na chapa, vai concorrer a uma das vagas ao Senado, ainda que com a possibilidade de vir a substituir o ex-presidente Lula na corrida presidencial, o que pode reabrir a discussão sobre a ocupação de sua vaga, se isso ocorrer e no momento em que acontecer. O outro candidato a senador é o presidente da Assembleia, o deputado Angelo Coronel, do PSD, partido do senador Otto Alencar.
A quarta posição ficará com o atual vice, João Leão, do PP. Os suplentes dos candidatos ao Senado também devem ser anunciados, apesar do grande debate que ocorreu esta semana em torno principalmente da participação do PCdoB na suplência de Wagner, e a despeito de sua definição não ter sido considerada como essencial por Rui para poder fazer o anúncio da chapa. A montagem do grupo atende a um critério ao mesmo tempo eleitoral e político. No primeiro caso, estão ao seu lado os personagens e partidos que podem agregar votos na sua caminhada rumo à reeleição.
No segundo, é inegável que fazem parte da chapa as principais forças com que Costa governa atualmente e pretende governar nos próximos quatro anos. Entre elas, não está naturalmente o PSB, partido da senadora Lídice da Mata, que lutou até onde pôde para forçar sua própria indicação à chapa em uma das vagas ao Senado. Sem capital político e eleitoral para fazer a indicação, o partido terá que se contentar com uma campanha para a eleição de Lídice a deputada federal, mais adequada ao seu verdadeiro tamanho frente aos aliados do governador contemplados na chapa.
A festa de hoje, sem dúvida, será do governador, mas é inevitável que o anúncio tenha repercussão sobre a chapa adversária, liderada pelo ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (DEM), ele próprio envolvido nas discussões sobre que nomes escolher para ajudá-lo na dura tarefa, segundo as pesquisas de intenção de voto indicam, de enfrentar o petismo nestas eleições. Ainda assim, pelo ritmo que o processo tem ganho do lado opositor, não se pode esperar que a chapa completa de Ronaldo saia antes do final de julho.