Antes considerado parte do passado, o Fazendão pode voltar a ser uma realidade na vida do Esporte Clube Bahia. Na posse da SAF do Esquadrão, o centro de treinamento vem sendo analisado por pessoas do Grupo City e um retorno para Itinga não é descartado. A logística é o principal motivo. Em entrevista ao BN na Bola na última terça-feira (8), o ex-supervisor do Tricolor, Jayme Brandão, afirmou que a mudança é uma tendência para facilitar a vida de atletas e comissão técnica.
“Eu acho que a tendência é que isso aconteça. Falando como profissional de logística, que se preocupa e preza pela boa condição do atleta, física e mental, para desempenhar o seu melhor, eu acho que a distância para Cidade Tricolor causa um prejuízo para o Bahia em relação a performance física e mental do atleta. Todos os atletas percorrem 45 km para ir 45 km para voltar todos os dias. Sem entrar no mérito dos acidentes, a pista é insegura, mas não vou entrar nesse mérito. Quando o Bahia vai fazer uma viagem para São Paulo, o atleta tem que ir para Cidade Tricolor, às 7h da manhã, em Dias D’ávila, depois pega um ônibus, sai da Cidade Tricolor, vai pro Aeroporto, chega uma uma hora antes do voo, pega o voo. Às vezes o Bahia vai fazer um jogo em Porto Alegre, a viagem do atleta começa 7h da manhã e termina às 7h da noite quando ele entra no quarto do hotel. Isso não acontece com as potências do Brasil porque em termos geográficos a diferença é brutal”, declarou.
De acordo com Jayme, que deixou o clube em maio, a dificuldade para chegar no CT Evaristo de Macedo, em Dias D’Ávila, era um ponto constantemente criticado pelos jogadores. Recentemente, o centroavante Everaldo e o zagueiro Raul Gustavo sofreram acidentes no caminho para a Cidade Tricolor.
“O Bahia tem sem sombra de dúvidas a segunda ou terceira pior logística. Os ateltas reclamam muito. O Fortaleza é pior disparado, o Cuiabá, e o Bahia também. A distância do CT, não falo da qualidade do CT do Bahia porque é excelente, mas você tendo um terreno, dentro de Salvador, a 10 minutos do Aeroporto, já com estrutura. É a tendência que o Grupo City deva sim reformar o Fazendão. O formato eu não sei, mas talvez o futebol profissional ir pro Fazendão e o CT ficar pra base ou feminino. Não sei como vai ser, mas as pessoas que lá estão já perceberam o desgaste que esse trânsito para Cidade Tricolor causa no dia a dia do clube”, explicou.
O Bahia faz os seus treinamentos no CT Evaristo de Macedo desde 2020. Já o Fazendão vinha sendo pouco utilizado, com manutenção reduzida, servindo apenas para outros clubes e recebendo algumas peneiras.