A escolha do novo presidente da Argentina será decidida no segundo turno da eleição presidencial, que será disputado no dia 19 de novembro entre o governista Sergio Massa, que, até as 23h18 deste domingo (22), tinha 36,64% dos votos válidos, contra o candidato de extrema-direita, Javier Milei, que tinha 30,01%
Os números são da contagem oficial do Diretório Nacional Eleitoral, divulgada pouco depois das 21h, e já com 97,93% das urnas apuradas. Em terceiro lugar aparece Patricia Bullrich, com 23,83%
Após divulgados as primeiras parciais, o secretário-geral da Presidência, Julio Vitobello, afirmou que, com o trabalho de mais de 1.800 digitadores, foi possível chegar ao resultado mais rapidamente do que o esperado.
Logo após o fechamento das urnas, às 18h, o governo explicou que as apurações parciais só seriam divulgadas após terem informações consolidadas, que pudessem sofrer alterações mínimas, por volta das 22h.
“Queremos ser responsáveis (…) quando tivermos resultado absolutamente consolidados e representativos das jurisdições, vamos divulgar. Significa que serão resultados que sofram, posteriormente, a menor alteração possível para levar certeza, confiança e tranquilidade à população, pela transparência do sistema”, explicou Vitobello.
Compareceram às urnas, neste domingo, 77,65% dos eleitores, segundo as autoridades eleitorais argentinas, o que o secretário exaltou como valorização do sistema democrático.
“O povo argentino, com esta porcentagem de participação, demonstrou mais uma vez seu compromisso com o sistema democrático, sobretudo neste ano em que completamos 40 anos de vigência do sistema democrático, com todos sabendo o que custou ao povo argentino chegar ao sistema democrático”, disse.
Vitobello esteve acompanhado, em sua declaração, do diretor nacional eleitoral, Marcos Schiavi, e da presidente do Correio, Vanesa Piesciorovski.
Cinco candidatos disputavam a Casa Rosada: o governista Sergio Massa (Unión por la Patria), o libertário Javier Milei (La Libertad Avanza), a liberal Patricia Bullrich (Juntos por el Cambio), o centrista Juan Schiaretti (Hacemos por Nuestro País) e o oposicionista de esquerda Myriam Bregman (Frente de Izquierda).
Massa, Milei e Bullrich foram os três primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto das últimas semanas.
Como o presidente é eleito na Argentina
Diferentemente do Brasil, para se eleger no primeiro turno um candidato não precisa conquistar mais de 50% dos votos válidos, mas mais de 45% ou mais de 40% com diferença superior a 10% do segundo colocado.
Caso nenhum dos dois cenários ocorra, o segundo turno deverá ser realizado. Neste ano, está agendado para 19 de novembro.
Todas as autoridades eleitas tomarão posse dos seus respectivos mandatos no dia 10 de dezembro.
Votos fora da Argentina
O Consulado da Argentina em São Paulo informou que registrou alta participação de eleitores argentinos, sem especificar o número. Ao todo, 11.900 argentinos estão aptos a votar em São Paulo.
Em Israel e na Ucrânia, territórios atualmente em guerra, mais de 14.000 eleitores não puderam votar para presidente, vice-presidente, 24 senadores, 130 deputados, além de 43 parlamentares do Mercosul.
Primárias em agosto passado
Na Argentina, há eleições primárias, que definem os candidatos que disputarão as gerais — ou seja, que disputarão a Presidência e outros cargos de legisladores.
As coligações precisam obter ao menos 1,5% dos votos válidos para avançar.
O anarcocapitalista Milei foi a grande surpresa daquele momento. Ele era o único candidato de sua coalizão e atingiu 30,04% dos votos.
Posteriormente, veio o Juntos por el Cambio, com 28,27% — divididos entre Bullrich e Horacio Rodríguez Larreta.
O Unión por la Patria ficou com 27,27% dos votos. O partido incluía Massa e Juan Grabois.
Schiaretti conseguiu 3,83% dos votos e Bregman, 2,65%.