Reportagem de Murilo Ramos, publicada na Revista Época desta segunda-feira (11/01/2018), afirmam que, O ex-ministro Geddel Vieira Lima, preso em Brasília desde setembro de 2017, está disposto a negociar acordo de delação premiada, por saber que sua situação jurídica é difícil.
Segundo a reportagem, Geddel enfrenta dois problemas na delação. O primeiro é que o operador do MDB Lúcio Funaro detalhou informações, em delação, que poderiam ser ditas por ele. O outro, é que Geddel resiste a citar amigos do MDB, incluindo o presidente Michel Temer. Sem isso, as chances de a colaboração prosperar são mínimas.
Aliança
Na Bahia, Geddel Vieira Lima estabeleceu aliança política com o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), indicando o vice-prefeito, Bruno Reis (PMDB).
Foi a administração de ACM Neto que aprovou a construção irregular do edifício La Vue Ladeira da Barra. Investigações revelaram que o ex-ministro Geddel era proprietário e sócio do empreendimento. Além deste caso, o ex-coordenador-geral da Defesa Civil de Salvador Gustavo Pedreira do Couto Ferraz foi preso pela Polícia Federal no transcurso da Operação Tesouro Perdido.
Ferraz foi nomeado para o cargo por ACM Neto. Nos R$ 51 milhões apreendidos pela Polícia Federal (PF) estavam as impressões digitais do ex-servidor do município. Ele se tornou colaborador da justiça e responde a ação judicial cumprindo medidas de restrição de liberdade.
Caixa para campanha
Em pronunciamento realizado em 5 de setembro de 2017 na Câmara de Deputados, o deputado federal Jorge Solla (PT-BA) comentou sobre conivência do prefeito ACM Neto (DEM) com o aliado Geddel Vieira Lima (MDB) e afirmou que dinheiro atribuído ao ex-ministro, encontrado em malas e caixas, era para financiar campanha de ACM Neto ao governo da Bahia, em 2018.