Por Altamiro Borges
Pela segunda vez em uma semana, Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), faltou a um depoimento marcado na sede do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (21). Na quarta-feira, o motivo alegado pelos advogados para a sua ausência foi a de que ele teve “uma inesperada crise de saúde”. Agora, novamente, a desculpa foi a de que o já famoso aspone da famiglia Bolsonaro “precisou ser internado na data de hoje, para realização de um procedimento invasivo com anestesia, o que será devidamente comprovado, posteriormente, através dos respectivos laudos médicos”. Diante de tantos e inesperados problemas de saúde, muita gente já teme pelo pior para a vida do ilustre “laranja”. Muitos lembram da surpreendente morte de PC Farias, o operador do ex-presidente Collor de Mello.
Fabrício Queiroz é uma bomba ambulante. Como aponta a revista Época, o assessor do primogênito do presidente Jair Bolsonaro está bem encrencado. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) registrou a movimentação na sua conta de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. “No período, Queiroz também sacou dinheiro 176 vezes – em 14 bairros. Alguns dos saques, idênticos e fracionados, segundo especialistas podem configurar tentativas de ocultação da origem do dinheiro e de burlar a fiscalização”. Além disso, ele assinou um cheque de R$ 24 mil endereçado à futura primeira-dama, Michelle de Paula Firmo Bolsonaro. Até agora, o presidente eleito – que adora postar besteiras nas redes sociais – e seu filho falastrão não conseguiram explicar as “movimentações atípicas” do importante aspone, amigo da famiglia há três décadas.
Há sinais de que o esforço do clã Bolsonaro agora é para jogar toda a bucha nas suas costas. “Quem tem que dar explicação é meu ex-assessor, não sou eu. A movimentação atípica é na conta dele”, disparou o cínico senador eleito. Já o novo presidente, que tanto bravateia sobre corrupção, afirmou que o cheque endereçado à digníssima esposa foi para pagar uma antiga dívida – versão que não convenceu nem os bolsominions. As transações atípicas de Fabrício Queiroz foram reveladas pelo jornal O Estado de S.Paulo em 5 de dezembro. Na sequência, Folha e Globo divulgaram mais mutretas de outros aspones da velhaca família de políticos – quatro são parlamentares. A coisa está feia e pode piorar. Se bobear, vai sobrar para os “laranjas”. Cadê o Queiroz?