Dos 43 vereadores que tentam se reeleger em Salvador, 27 aumentaram o patrimônio declarado à Justiça Eleitoral entre os anos de 2016 e 2020. Quase um terço deles ampliou os bens em mais de 100%. O levantamento foi feito pelo Aratu On através do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede o crescimento dos preços de um conjunto de bens e serviços em um determinado período, foi de 18,66% nesta mesma faixa de tempo. De lá para cá, o salário dos vereadores de Salvador permaneceu em R$ 18.732,56.
Nomes como o de Lorena Brandão (PSC) e Sidninho (Podemos) chamam a atenção. A parlamentar aumentou o próprio patrimônio em mais de 3.032%, aproximadamente 31 vezes. Os bens do vereador cresceram cerca de sete vezes (593,55%). Ambos estrearam na casa do milhão nos últimos quatro anos.
Em 2016, Lorena declarava ter, apenas, um carro no valor de R$ 43.200. Agora, sua ficha na Justiça Eleitoral lista dinheiro em espécie (R$ 70 mil), um apartamento localizado no bairro de Patamares, de mais de R$ 1 milhão, além de investimentos e outro veículo, totalizando R$ 1.353.252,68 em bens.
Sidninho apresentou, em 2016, duas cotas de participação em uma empresa de cosméticos, somando R$ 155 mil. Em 2020, manteve a sociedade e registrou, também, a aquisição de 74 cavalos. O total de bens do vereador, nesta eleição, é de R$ 1.075.000,00.
Além deles, a casa do milhão já é familiar para grande parte do corpo legislativo que compõe a Câmara Municipal de Salvador (CMS). Treze deles apenas mantiveram o status desde o último pleito. Entre eles, os irmãos José e Maurício Trindade.
Com apartamento em Salvador, casa em Mata de São João, carro de luxo, aplicações, título no Yacht Clube da Bahia e depósitos, José Trindade (PSB) passou de R$ 1,4 milhão para quase R$ 3 milhões em quatro anos, aumentando o patrimônio em 97%.
No mesmo ritmo, caminhou o irmão, Maurício Trindade (MDB). Em 2016, o vereador declarou ter R$ 1.079 milhão distribuído entre quatro apartamentos, em Salvador e Brasília, e sociedade em uma clínica de ortopedia. Neste ano, Maurício registrou a propriedade de um imóvel, localizado no Alto do Itaigara (adquirido por R$ 50 mil), título de capitalização e a participação ativa na sociedade da unidade de saúde, somando R$ 1,2 milhão.
Vale destacar que o vereador é dono da empresa itMov e o autor do projeto que regulamenta a circulação de serviços de transporte por aplicativo em Salvador. A propriedade foi registrada no valor de R$ 1.100.359,57.
O partido que tem mais vereadores entre aqueles que aumentaram o próprio patrimônio é o Democratas, que também é dono da maior bancada da Câmara. Dos 11 vereadores da sigla, sete conseguiram aumentar sua declaração de bens. Três deles mais que dobraram o valor das propriedades.
Além dos que enriqueceram, 11 vereadores declararam ter perdido parte do patrimônio entre uma eleição e outra. Outros cinco não declararam seus bens em nenhum dos dois pleitos. São eles: Ana Rita Tavares (PT), Demetrio Oliveira (DEM), Fábio Souza (SD), Moisés Rocha (sem partido) e Vado Malassombrado (DEM).