Um estudo feito por pesquisadores chineses e publicado na na revista científica britânica The Lance,t na sexta-feira (8/1), mostrou que, entre os pacientes que foram internados por Covid-19, 76% apresentaram sintomas e sequelas da doença seis meses após a alta. Os dados foram coletados foram de 1.733 pacientes internados entre 7 de janeiro de 2020 e 29 de maio do mesmo ano no hospital Jin Yin-tan, em Wuhan, na China.
“As sequelas a longo prazo da Covid-19 continuam incertas”, iniciam os pesquisadores. Eles aplicaram um questionário de avaliação dos sintomas e qualidade de vida dos pacientes recuperados do coronavírus, além de exames físicos e um teste que pedia que o paciente andasse por seis minutos. A idade média era de 57 anos e 52% deles era homem.
O acompanhamento das sequelas ocorreu de 16 de junho a 3 de setembro de 2020. Cerca de 63% relatou fadiga ou fraqueza muscular e 23% notaram dificuldades para dormir. Casos de ansiedade ou depressão foi relatada entre 23% dos pacientes.
No exame da caminhada 6 minutos, 34% dos internados considerados na “escala de gravidade 3”, 22% dos na “escala de gravidade 4” e 29% daque. Os resultados da avaliação dos pulmões dos participantes que tiveram casos mais graves da doença indicaram anormalidade, com alteração nos tecidos dos órgãos.
Cientistas apontaram ainda disfunções renais, com alguns participantes diagnosticados com diabetes e doenças tromboembólicas venosas, além de algumas reações envolvendo os sistemas cardiovascular e cerebrovascular. Em relação aos anticorpos, os pesquisadores também identificaram a queda em casos que tiveram sintomas agudos da doença, o que acende o alerta para cenários em que uma reinfecção por Covid-19 é possível.
“O acompanhamento persistente de pacientes que receberam alta com Covid-19 é necessário e essencial, não só para entender a associação entre doenças extrapulmonares e infecção por SARS-CoV-2, mas também para encontrar maneiras de reduzir a morbidade e mortalidade”, concluem os pesquisadores.