Uma boa notícia, tipo luz no fim do túnel, ontem: o Instituto Butantan, do Estado de São Paulo, anunciou que começou a testar em humanos, na fase 3 (a última), vacina contra o coronavírus. Se tudo correr bem, em janeiro dá para disponibilizar vacina em larga escala.
Mas teste é teste. E se tudo não correr bem? Os insucessos acontecem, mas essa mesma luzinha pisca em 133 outros pontos do planeta com testes de vacina já autorizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sem contar outros candidatos na fila. Convenhamos: seria muito azar se nenhum acertar, não?
Na contramão
Isso sinaliza que a vacina é uma questão de tempo. No cenário mais otimista, seis meses. E até lá, o que haverá de ser de nós? Vemos de ponta a ponta do país governadores e prefeitos flexibilizando o isolamento enquanto a curva da Covid, de infectados e de mortos, é crescente, totalmente na contramão da cartilha adotada em todo o planeta.
O Brasil, com quase 800 mil casos e 40 mil mortos, está no pico de todas as estatísticas do coronavírus, pico que nem oscila. Só sobe.
Na Bahia, Rui Costa diz que o número de mortes por dia estagnou, mas com 30.
— É um patamar muito alto. O desafio é baixar. E é por isso que eu acho que não é hora de flexibilizar.
Estudo da Universidade de Washington diz que, do jeito que o Brasil vai, teremos três milhões de casos e 160 mil mortos.