Poema Quadrilha: “João amava Teresa que amava Raimundo/que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili/que não amava ninguém. João foi pra os Estados Unidos, Teresa para o convento/ Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia/ Joaquim suicidou-se, e Lili casou com J. Pinto Fernandes, que não tinha entrado na história”.
O poema Quadrilha, clássico escrito por Drummond, mostra as relações pessoais e a solidão de cada indivíduo frente às suas desilusões amorosas e relações sociais.
E o que a Quadrilha versada por Drummond tem a ver com a Quadrilha Familícia Bolsonaro?
Os dois enredos terminam em tragédia: traições, abandonos, morte, suicídio e assassinato.
Consta um agravante para os Bolsonaros.
Na Quadrilha deles não existe nenhuma Lili que “se deu bem”.
O J. Pinto Fernandes que de última hora casou-se com Lili e salvou o amor, por enquanto, é representado na Familícia como a personagem IMPUNIDADE – a ver.
Analogias à parte são gritantes as relações umbilicais destes milicianos Adriano-Queiroz-Flávio-Bozo-Carlos-Eduardo.
Vamos a alguns fatos: Adriano que foi assassinado é um ex-capitão do BOPE – Batalhão de Operações Especiais do RJ.
Foi expulso da polícia por cometer vários delitos. Ele liderava um grupo de milicianos denominado “Escritório do Crime”.
E o que a Familícia tem a ver com isso? Adriano está ligado ao Clã Bolsonaro tanto quanto Queiroz, o seu ex-colega de farda, “homens de bens”.
Adriano é peça chave nos esquemas de Queiroz-Flávio Bolsonaro nas famosas rachadinhas.
Provas? A ex-mulher e mãe do miliciano trabalharam diretamente no gabinete de Flávio Bolsonaro na ALERJ-RJ.
Depois que o escândalo do laranjal bolsonarista explodiu, Adriano passou a ser persona non grata entre os Bozos.
Se você acha isso pouco, os Bolsonaros, que agora silenciam como mortos, já defenderam Adriano arduamente. Bolsonaro defendeu o Matador Adriano em discurso no Plenário da Câmara.
Flávio Bolsonaro condecorou o Miliciano com a Medalha Tiradentes. Ironia do destino, Adriano não pôde receber a homenagem porque estava preso.
Além disso, Eduardo estava na Bahia quando Adriano foi morto no município de Esplanada. E Carlos é desafeto confesso de Marielle.
Portanto, Adriano Miliciano era peça chave no esclarecimento da morte de Marielle e nas Rachadinhas.
Ou seja, um cabra marcado para morrer.
A diferença da arte e a vida real é que na vida real as Quadrilhas matam de verdade. Elas encerram a estória quando bem entenderem.
Cabe à justiça brasileira colocar a Quadrilha Bolsonaro na cadeia. Caso contrário, o Brasil corre o sério risco de virar o “Realismo Mágico” nos livros de Gabriel García Márquez, na Colômbia da era Pablo Escobar.
Josias Gomes – Deputado Federal (licenciado) do PT/Bahia e atualmente titular da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR).
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