Preso na manhã de terça-feira (22) acusado de participar de esquema criminoso, o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), teve prisão domiciliar concedida na noite do mesmo dia pelo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STF), ministro Humberto Martins.
Em casa, o prefeito afastado do cargo pela Justiça do Rio será monitorado por tornozeleira eletrônica. Ele também está proibido de manter contato com terceiros, falar ao telefone, além de entregar todos os aparelhos de comunicação às autoridades.
Crivella foi preso acusado de liderar esquema criminoso na Prefeitura, arrecadando cerca de R$ 50 milhões. A prisão foi decretada pela desembargadora Rosa Helena Penna Macedo Guita, da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A prisão do prefeito e de outros investigados foi realizada em ação do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e da Polícia Civil, como desdobramento da Operação Hades, que apura corrupção na prefeitura da cidade e tem como base a delação do doleiro Sergio Mizrahy.
Na decisão, o presidente do STJ entendeu que Crivella pode cumprir medidas cautelares diversas da prisão. “Não obstante o juízo tenha apontado elementos que, em tese, justifiquem a prisão preventiva, entendo que não ficou caracterizada a impossibilidade de adoção de medida cautelar substitutiva menos gravosa”, afirmou o presidente da corte.
No habeas corpus, a defesa de Crivella afirmou que a prisão é ilegal e uma demonstração de criminalização da política. “A prisão foi decretada com base em presunções genéricas e abstratas, desamparadas de qualquer base legal, sendo certo que o prefeito terá sua inocência demonstrada no curso do processo.”, declararam os advogados.
Ao chegar à Cidade da Polícia após ser preso, o prefeito atribuiu a sua prisão a uma perseguição política. “Perseguição política. Lutei contra o pedágio ilegal e injusto, tirei recursos do carnaval, negociei com o VLT. Foi o governo que mais atuou contra a corrupção no Rio de Janeiro”, afirmou. Com informações da Agência Brasil.