A polêmica acabou. A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, acatou a reivindicação dos movimentos sociais que pediam intervenção da gestora no processo de reforma do Centro de Referência da Cultura Afro-brasileira em Portão.
Segundo representantes dos conselhos de cultura e igualdade racial, o projeto de reforma violava princípios africanos de organização política, social e cultural. Uma carta conjunta, assinada pelos dois conselhos e que relatava as infrações contidas no projeto, foi entregue a prefeita.
No documento, os movimentos sociais destacaram a insatisfação para com a retirada das cores Pan-africanas, que identificam o espaço e criticaram a fixação das cadeiras no auditório, que contraria o modo africano de se organizar.
A prefeita mandou suspender imediatamente a colocação das cadeiras e autorizou a substituição, atendendo a solicitação dos movimentos. Quanto as cores, o secretário de cultura, assumiu o compromisso de atender à reivindicação, colocando plotagens coloridas intercaladas nos vidros laterais.
O presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Alcides Carvalho, disse que o papel do conselho é aconselhar, e que, acatar ou não, a sugestão dos conselhos é uma prerrogativa do governo. Alcides revelou a satisfação dos movimentos e acrescentou que o diálogo entre governo e sociedade civil sempre se deu de forma respeitosa e autônoma.
O secretário municipal de governo, Lula Maciel, que ajudou na intermediação do diálogo, disse que nunca houve e nem haverá, num governo conduzido pela prefeita Moema Gramacho, a possibilidade do não diálogo com as organizações sociais.
“Nosso governo foi construído e é pautado nos anseios e desejos das comunidades. A postura da nossa gestora não poderia ser outra, que não acatar o desejo popular”. Finalizou.
Por: Ricardo Andrade