O apoio da mídia a ele nesta reta final de segundo turno tem por objetivo segurar o projeto de poder da Record que, como já havia dito há algum tempo, aceitou ser sócia minoritária do golpe contra Dilma imaginando que iria ser aceita no banquete dos poderosos por ser parceira num momento tão especial da história.
Mas não vai rolar, bispo. Com as famíglias Marinho e Civita o buraco é mais embaixo. Bispos oriundos do porão social não serão aceitos na mesma mesa da Santa Ceia do poder. A Record e a Universal já chegaram longe demais.
A capa de Veja desta semana que circula no Rio de Janeiro é a parte mais escandalosa desta estratégia. A ser verdade o que o senador Crivella está dizendo, de que foi fichado pela polícia porque tentava, como engenheiro, entrar num terreno da Universal que havia sido invadido. E que ao ser impedido discutiu com um delegado que lhe deu ordem de prisão, não haveria motivo para a foto se tornar capa de uma publicação nacional, com edição especial para um estado, a apenas uma semana da eleição.
Na verdade, não só não há motivo, como se eu fosse o Freixo não utilizaria esta capa como peça de campanha.
Mas por que Veja deu a matéria? Por que a mídia fechou com Freixo?
Porque eles consideram, creiam, Crivella uma ameaça muito maior do que o deputado estadual do PSoL.
Para o centro do poder midiático, o governo Freixo será um desastre. E eles poderão demoli-lo facilmente porque não terá o apoio de nenhum veículo de comunicação, incluindo a Record.
Já no caso de Crivella, o bispo teria o apoio consagrado de quase todos os grupos evangélicos e a Record se tornaria sua TV oficial. Todo o tempo necessário seria utilizado pela emissora para canonizar a gestão do senador.
Ou seja, a decisão objetiva foi. Primeiro derrotamos o Crivella. Depois a gente cuida do Freixo.
E isso deveria levar alguém a anular seu voto ou deixar de votar no candidato do PSoL?
Evidente que não. Freixo é uma onda de esperança nesta tsunami conservadora das eleições de 2016.
E pelo ritmo das pesquisas e pelas péssimas notícias para Crivella, passa a ter chances reais de se tornar prefeito do Rio de Janeiro.
Mas se isso vier a acontecer, ele e seus principais assessores devem agendar uma conversa urgente com o editor do Tijolaço, Fernando Brito, e outros tantos que viveram o governo Brizola no Rio de Janeiro.
Os articuladores de Freixo devem estudar a fundo como o engenheiro enfrentou a Globo. Porque no dia seguinte da eleição, tudo o que está sendo feito agora para elegê-lo e derrotar Crivella, será multiplicado por 100 para desmoralizá-lo.
E Freixo é uma liderança muito importante para ser destruída pelos facínoras de sempre. Que hoje usam uma mão para ajudá-lo, mas ao mesmo temo já preparam a outra para empurrá-lo no dia seguinte da posse.