Nascido em Itinga, Doss foi tesoureiro da JPT/BA, militante do movimento negro e LGBT, e estava enquanto Secretário-Geral da União dos Estudantes da Bahia, depois de passar pelo DCE da UFBA e pelo Centro Acadêmico de seu curso(Foto: Reprodução)
A polícia já identificou um dos suspeitos pelo assassinato do estudante da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Felipe dos Santos Silva, mais conhecido como Felipe Doss, 26 anos. A informação foi divulgada pelo delegado responsável pelo caso, Antônio Fernando, na tarde desta quarta-feira (22). O universitário foi atingido com um tiro na cabeça, quando comprava um pastel, na localidade do Parque São Brás, no bairro da Federação.
De acordo com Fernando, a polícia ainda não vai divulgar o nome do suspeito para não atrapalhar as investigações.
“Nós até já reconhecemos, mas não podemos falar. Estamos torcendo para conseguir prender esse cara”, afirmou o delegado.
Felipe era estudante de Geografia na Ufba e conhecido pela militância LGBTQ no movimento estudantil. “Assim como eu, ele vem de comunidade e estava conquistando seu espaço através das lutas. O que mais me doeu é que ele tinha um futuro promissor que foi ceifado dessa maneira. Ele é ótimo, sempre me recebia com carinho. Amava Beyoncé e Rihanna assim como eu. Ele sempre tava com uma gargalhada extravagante na ponta da língua”, lamentou Iza Almeida, amiga que conhecia Doss há sete anos.
Relembre o crime
De acordo com vizinhos que testemunharam o crime, homens tentaram roubar o celular de Felipe, quando ele estava voltando para casa.
“Só ouvi um tiro e saí correndo para a janela. Só vi um carro prata correndo e o menino no chão”, conta a aposentada Marinalva Costa, 81, que mora no prédio em frente ao local onde o crime ocorreu.
Em nota, a Polícia Militar afirmou que recebeu o chamado por volta das 21h do dia 9 deste mês informando que um homem havia sido vítima de disparos de arma de fogo no Parque São Brás. Quando os PMs chegaram, Felipe já havia sido levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o HGE.
“Primeiro nós soubemos através de amigos e conselheiros LGBTs que estavam indo para a casa dele. Fomos até o Hospital Geral com ele ainda vivo e lá ele não sobreviveu aos ferimentos”, contou Vinícius Alves, amigo de Doss e coordenador de políticas LGBT da Bahia.
Fonte: Correio da Bahia