Documento que comprova a solicitação de depoimento.
O advogado do subtenente André Luís de Jesus, suspeito de ter assassinado um homem no município de Pedrão no último domingo (2/10), revelou que seu cliente está à disposição da Polícia Civil. Na terça-feira, o delegado responsável pelas investigações, Henrique Morais, informou que o suspeito era considerado foragido.
Em entrevista concedida ao Aratu Online na tarde desta quarta (5/10), Luiz Augusto Coutinho contesta a versão do delegado. “Na segunda-feira, fizemos um requerimento para que a data e hora do depoimento do policial fosse marcada, o que ainda não aconteceu. Assim, ele não pode ser considerado foragido”, revela.
O advogado contraria também a versão dos familiares de Jaciel Teotone, assassinado na oportunidade. “Ele [André Luis] foi agredido antes do fato. Para provar isso, solicitamos também à Polícia Civil a guia de exame de corpo de delito”, argumenta. O primo da vítima contou ao Aratu Online que o PM teria começado a confusão.
Luis Coutinho não comenta com detalhes o caso, mas desmente que seu cliente tenha saído do local onde aconteceu o crime dentro de uma viatura. “Não tinha nem viatura lá. É mentira”.
O delegado Henrique Morais não foi encontrado pela reportagem para comentar as declarações do advogado já que trabalha no município de Catu e é substituto em Pedrão.
“Fugiu na própria viatura”, revela primo de homem assassinado por policial militar em Pedrão
O primo de Jaciel Teotone, 29 anos, assassinado por um subtenente da Polícia Militar no centro do município de Pedrão, a 142 km de Salvador, deu entrevista ao Aratu Online nesta terça-feira (4/10) e contou detalhadamente o crime que presenciou juntamente com outras pessoas na noite do último domingo (2/10).
Márcio Pereira revela que a briga teve motivações políticas e foi iniciada pelo próprio policial. “Estávamos no centro da cidade no momento que o resultado da eleição estava saindo. O nosso candidato perdeu e resolvemos sair do local. Quando cheguei próximo a meu carro, encontramos o grupo do PM. Não provocamos nada”, relata.
Pereira afirma ainda que esta foi a terceira confusão causada pelo subtenente André Luís naquele dia. “A irmã dele foi chamada de ‘jacu morta’ [quando um político perde a eleição] e o chamou em casa para tirar satisfações. Quando ele estava voltando desta situação, aconteceu o assassinato de meu primo”, acusa.
A testemunha disse também que, após os tiros, uma viatura foi acionada e deu fuga ao suspeito. “Não sei se foram para longe ou perto. Várias testemunhas viram ele entrando no carro e fugindo”. O irmão de André também foi baleado na perna e foi encaminhado para o Hospital Dantas Bião, em Alagoinhas.
O delegado responsável pelas investigações, Henrique Morais, disse ao Aratu Online que os procedimentos já foram instaurados, mas algumas pessoas ainda serão ouvidas. “Já temos certeza da autoria. Porém, agora, precisamos saber a motivação do crime. O suspeito está foragido”, conta.
Ainda segundo Morais, o irmão de André, que tentou impedir o crime, foi a única testemunha que já prestou depoimento. “Ao que parece, ele já foi instruído a contar uma versão e não tem sentido para as investigações neste momento”, finaliza o delegado substituto de Pedrão.
Por meio de nota, a Polícia Militar informou que instaurará uma investigação, por meio da Corregedoria da corporação, para apuar o caso e todas as denúncias que envolvem o fato.(Texto: Jean Mendes/Blog de Tavares).
Fonte: Aratu Notícias