O PL pode perder os dois representantes do partido na Câmara Municipal de Salvador. Um deles, o vereador Isnard Araújo, já admite abertamente a possibilidade de trocar de sigla para disputar a reeleição. O outro, Alexandre Aleluia, não considera a hipótese publicamente, embora seja uma alternativa avaliada nos bastidores, segundo aliados do edil e conforme apuração deste Política Livre.
Isnard, que tem uma reeleição considerada tranquila em qualquer legenda em função do apoio de parcela importante do eleitorado evangélico – ele é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) -, deve assumir o comando estadual do partido que vai surgir da fusão do PTB com o Patriota, ainda em fase de homologação pela Justiça Eleitoral. O nome da sigla deve ser Mais Brasil ou Renovação Democrática, com o número 25, o mesmo do extinto Democratas, hoje União Brasil.
“De fato essa possibilidade existe, mas ainda é cedo para dizer se vai se confirmar. Sempre tive uma abertura e uma penetração grande com o pessoal do PTB. Existe sim também a hipótese de assumir a presidência (do novo partido). Estamos aguardando esse processo de homologação da Justiça Eleitoral”, declarou Isnard ao site.
Da parte do PL, o site apurou que só interessaria a manutenção de Isnard Araújo na sigla se o mesmo fosse candidato a deputado federal ou estadual em 2026, para ajudar o partido. Isso não ocorreu, por exemplo, em 2022.
Essas negociações envolvendo Isnard contam com o aval do prefeito Bruno Reis (União), de quem o vereador é aliado. Atualmente, o PTB tem um vereador na Câmara, Dr. José Antonio, que pode permanecer na nova legenda. Já o Patriota tem o vereador Átila do Congo, que já manifestou o desejo de ingressar no PP.
Alexandre Aleluia também tem mantido conversas com Bruno Reis sobre o futuro partidário. Se o PL apoiar a reeleição do atual chefe do Executivo municipal, como é a tendência hoje, o vereador deve permanecer no partido, o que também vai depender da lista de candidatos conservadores que a legenda pretende lançar em Salvador na disputa proporcional – um dos concorrentes será o Capitão André Porciuncula, que teve mais de 30 mil votos em Salvador na eleição para deputado federal em 2022, contra os pouco mais de 10 mil de Aleluia.
“Hoje, meu foco é exercer meu mandato de vereador. O PL sempre me tratou bem, portanto, por enquanto, não tenho pensado em trocar de partido”, disse Alexandre Aleluia ao site.
A Executiva estadual do PL, presidido na Bahia pelo ex-ministro João Roma, ainda não definiu quem vai comandar o partido em Salvador, o que tem motivado críticas nos bastidores por parte de alguns filiados. Entretanto, este Política Livre apurou que a indefinição se dá porque as conversas com o prefeito ainda estão ocorrendo. A candidatura de Roma ao Palácio Thomé de Souza parece cada vez mais distante.