A Comissão de Combate ao Coronavírus (CCC) apresentou, na manhã desta quarta-feira (29), um relatório que informa junho como o mês em que a contaminação deve alcançar seu pico. Nesse período, a ascendência da curva epidemiológica feita pelos sanitaristas indica que o município deve contabilizar o ápice de pessoas infectadas com o coronavírus na 28ª semana de pandemia.
Mesmo com as medidas de distanciamento social estabelecidas pela administração municipal, de acordo com a simulação, o número de casos irá crescer em junho. “Daí a importância das medidas de prevenção para que os casos cheguem de forma gradativa, lembrando que paciente internado na UTI, que precisar de ventilação mecânica, poderá ficar internado, em média, de 15 a 20 dias”, alerta o médico e coordenador do CCC, Vidigal Cafezeiro.
Segundo ele, “Uma vez esgotada a capacidade dos leitos de UTI, não haverá mais possibilidade de admitir outros pacientes com a Covid-19”. Atualmente o município contabiliza 312 casos notificados como suspeitos e 53 confirmados para doença. Destes pacientes, 4 vieram a óbito e mais um paciente que residia no Rio de Janeiro estava internado em hospital particular do município.
Pessoas que apresentem quadros de síndrome gripal são direcionadas para o Pronto Atendimento Santo Amaro de Ipitanga, localizado no Centro da cidade. A unidade conta com leitos com ventilação, é equipada com sala vermelha e ambulâncias com suporte avançado para a transferência de pacientes em estado agravado.
Perfil
No município, os infectados com o coronavírus apresentaram maior incidência de sintomas como tosse, dispneia, diarreia, dor de garganta, febre, cefaleia e coriza. Cerca de 14% dos acometidos são maiores de 60 anos e dentre as comorbidades mais frequentes estão: com 8.2% a hipertensão, 4.2% a diabetes, 2.1% doenças respiratórias e 2.1% doenças cardíacas.
Ipitanga segue entre os bairros com maior número de contaminados tendo 8 pacientes positivos, em seguida na lista aparecem Caji com 7, Buraquinho com 6 e Itinga e Centro com 5 casos cada. Entre os confirmados, 60% é do sexo feminino e 39% são homens com idade entre 2 a 80 anos.
De acordo com Cafezeiro, um dos fatores que contribuíram para a escalada da doença em Lauro de Freitas é a proximidade com a capital. Ele alerta sobre a necessidade de manter o distanciamento social, higienização frequente das mãos e uso continuo das máscaras.
“As estratégias de distanciamento social contribuem para evitar o colapso dos sistemas locais de saúde, como observado em países desenvolvidos, como Estados Unidos, Itália, Espanha, China. Essas medidas temporárias permitem aos gestores tempo relativo para estruturação dos serviços de atenção à saúde da população, com consequente proteção do Sistema Único de Saúde”, afirma o médico.