O secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, afirmou nesta terça-feira (9) que “pessoas continuarão morrendo” enquanto o Brasil aguarda sua vez no “fim da fila” para a aquisição de vacinas contra a Covid-19. O atraso no calendário nacional de imunização ocorre no momento em que o país vive um cenário de escalada de mortes, hospitais lotados, alta acelerada da contaminação e novas variantes do vírus.
“Nós vivemos hoje uma grande ilusão vacinal. O governo federal tem distribuído vacina a conta-gotas. Isso é fruto de um erro continuado? Não. Isso é fruto de um erro que aconteceu no passado, na hora em que o governo deveria ter comprado a vacina”, criticou o secretário.
“Na hora em que a decisão deveria ter sido tomada, não houve uma sinalização de uma determinação nesse sentido. E nós hoje estamos pagando o preço de um erro que aconteceu lá atrás”, reiterou.
Para Villas-Boas, esse erro, no entanto, já foi corrigido.
“[O governo] Sentou com as principais fabricantes de vacina que estão disponibilizando para venda no mundo, inluindo a Pfzier, que era aqueles tinham a maior resistência. Mas nós vamos ainda esperar. Infelizmente, os estamos agora no final da fila. Outros países fizeram acordos comerciais na nossa frente. Mas nós vamos esperar a nossa vez de chegar a vacinar. Enquanto isso nao acontecer, pessoas continuarão morrendo”, lamentou o secretário.
A Bahia, onde vigora decreto de toque de recolher para conter o avanço da Covid-19, alcançou o maior número de internados em leitos de UTI. Até o início da tarde, eram 1.033 pacientes, e a ocupação estava em 88%, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde.
Nas últimas 24 horas, foram registradas 102 mortes em decorrência de síndrome respiratória aguda grave. Com 715.418 casos confirmados desde o início da crise sanitária, o estado acumula 12.632 óbitos.