O presidente Jair Bolsonaro disse que o governo deve levar mais dez dias para processar todos os cadastros para recebimento do auxílio emergencial. Em live transmitida em sua página no Facebook nesta quinta-feira (23), Bolsonaro esteve ao lado do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.
“Esse pente fino que está sendo feito, mais uns dez dias deve chegar a um ponto final. Antes de completar os 30 dias do recebimento da primeira parcela vai começar a pagar a segunda”, prometeu o presidente da República. Segundo Bolsonaro, mais de 33 milhões de pessoas já receberam o auxílio emergencial e 45 milhões fizeram cadastro, número maior do que o que o governo esperava inicialmente.
Com tantos desempregados e com 5,5 mil de informais, muitos desse indivíduos são completos invisíveis para o governo. Entre os economistas, é quase um consenso que o benefício de R$ 600 para desempregados, autônomos e informais de baixa renda é fundamental para evitar o colapso de milhões de famílias, que ficaram sem rendimento durante o isolamento social. Mas fazer o recurso chegar a quem não fazia parte de programas como o Bolsa Família ou estava inscrita no Cadastro Único (um instrumento do governo que identifica as famílias de baixa renda) é mais difícil do que parece.
O primeiro desafio era inscrever 11 milhões que não estavam no Cadastro Único do governo, mas têm direito ao benefício, segundo cálculo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). O segundo é fazer o pagamento. Para quem não tem conta em banco, a Caixa Econômica Federal prometeu criar 30 milhões de poupanças digitais, movimentadas via aplicativo.
Só que mais de 5,5 milhões de brasileiros com renda de até meio salário mínimo, elegíveis para receber o benefício, não têm conta em banco ou acesso regular à internet, mostra pesquisa do Instituto Locomotiva, feita a pedido do Estado. Parcela quase invisível da população, são eles que correm o maior risco de não receber o auxílio.
Manuela Laborda
Fonte: uol.com.br , r7.com