O ministro da economia, Paulo Guedes, criticou nesta terça-feira (16/3), a ineficiência do Brasil para a aquisição dos imunizantes para combater o avanço do novo coronavírus. Para ele, o país está atrasado na busca por vacinas contra a Covid-19 desde a época que a pasta da Saúde era comandada por Luiz Henrique Mandetta.
A declaração foi dada em entrevista à CNN Brasil : “a entrega da vacina não está atrasada só agora, não. No primeiro dia, Mandetta saiu com R$ 5 bilhões no bolso. É desde aquela época que deveríamos estar comprando vacina, não é mesmo? O dinheiro estava lá”, diz Guedes.
Na entrevista, ele também apontou, sem citar nomes, que a falta de convergência entre os poderes e a sensação inicial de controle da pandemia foram alguns dos motivos que levaram ao agravamento da pandemia no país. “Era possível ter sido mais rápido? Sim. Era possível que a mídia fosse mais construtiva? Era possível que os governadores ajudassem também? O dinheiro foi para os estados. Então, por que os leitos foram desativados? Pois todos nós achávamos que a pandemia estava indo embora.”
Mais tarde, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, rebateu as afirmações dadas pelo ministro da Economia, a quem chamou de desonesto e mentiroso.
Guedes desonesto e mentiroso. Negacionismo do governo mata pessoas e empresas. CPI já! Mais postos de saúde e menos posto Ipiranga. https://t.co/znIxR0PdIJ
— Henrique Mandetta (@mandetta) March 17, 2021
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Mandetta criticou Guedes afirmando que ele está criando uma narrativa para “disfarçar a própria incompetência”. “É inacreditável que o homem responsável pela economia do país esteja criando uma narrativa mentirosa para disfarçar a própria incompetência, dele e do governo do qual faz parte”.
Na ocasião, Mandetta aproveitou para esclarecer o destino dos R$ 5 bilhões apontados por Guedes. Ele afirma que o dinheiro foi destinado à compra de 15 mil leitos de CTI (Centro de Terapia Intensiva) e equipamentos de proteção individual como máscaras e testes que, segundo ele, “o governo não usou e deixou vencer”.
Mandetta foi ministro da Saúde até 16 de abril de 2020, quando ainda não havia vacinas disponíveis para compra no mundo inteiro. Os primeiros imunizantes começaram a ser negociados entre junho e julho, quando os Estados Unidos, por exemplo, compraram doses da Pfizer. No mundo, a primeira vacina só foi aplicada em 8 de dezembro, quando uma britânica foi imunizada.